sábado, 31 de dezembro de 2011

Apnéia no Prematuro



     Uma das coisas que mais preocupa os pais e a equipe da UTI Neonatal são as chamadas apnéias da prematuridade, as pausas na respiração que os pequenos apresentam.
     Entenda aqui o que é a apnéia, quais suas causas, como é diagnosticada e qual o tratamento e prognóstico para os prematuros.

O que é apnéia?

     Apesar de ser perfeitamente normal para qualquer pessoa apresentar pausas ocasionais na respiração, recém-nascidos que não respiram pelo menos uma vez a cada 20 segundos ou mais, apresentam a chamada apnéia. Durante a apnéia:
- O bebê pára de respirar
- Os batimentos cardíacos podem dimunuir
- A pele pode ficar pálida, roxa ou azulada pela falta de oxigênio

Porquê ela acontece?
     A apnéia é geralemente causada pela imaturidade da área cerebral que controla a respiração (o cérebro "esquece" de respirar), apesar de algumas doenças também causarem a apnéia. Quase todos os bebês nascidos com 30 semanas de gestação ou menos, vai passar por uma apnéia, mas ela se torna cada vez menos frequente com o passar do tempo.

Como é disgnosticada?
     Para diganosticar corretamente a apnéia, os médicos monitoram a frequência respiratória do bebê prematuro na UTI Neonatal ou podem solicitar uma polisonografia (ou registro poligráfico do sono), que consiste em monitorar o bebê por aproximadamente 8 a 12 horas através de eletrodos. Além desses, o pneumograma oferece informações sobre os batimentos cardíacos, respiração e saturação de oxigênio no sangue.


Como é tratada?
     Na UTI Neonatal, todos os bebês prematuros são monitorados para os episódios de apnéia. A primeira linha de tratamento para a apnéia é simplesmente estimular o bebê a "lembrar-se" de respirar. Isso significa esfregar as costinhas ou dar leves "tapinhas" nos pés. Entretanto, quando a apnéia acontece com muita frequência, o bebê pode precisar de medicação (geralmente cafeína ou teofilina) e/ou o chamado CPAP, que "sopra" uma quantidade adequada de ar para manter as vias respiratórias abertas. 

Quanto tempo meu bebê vai ficar na UTI Neonatal?
     Os bebês, prematuros ou não, ficam internados na UTI Neonatal até eles deixarem de apresentar apnéia por 24 - 48 horas. Alguns podem ir para casa com um monitor para observar os episódios de pausa na respiração e fazendo uso de cafeína. Alguns bebês prematuros apresentam melhora espontânea dos episódios de apnéia passadas 10 semanas da data prevista para o parto.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Alzheimer

Definição

A demência é a perda da função cerebral que ocorre com determinadas doenças. O Alzheimer é uma forma de demência que piora gradativamente com o tempo. Ela afeta a memória, o raciocínio e o comportamento.

Foto: ADAM
O tecido nervoso envelhecido é menos apto a se comunicar mais rapidamente com outros tecidos neurais
A deterioração da memória, bem como problemas de linguagem, a capacidade de tomar decisões, fazer julgamentos e a personalidade são características necessárias para o diagnóstico.

Nomes alternativos

Demência senil - Alzheimer; Mal de Alzheimer

Causas, incidência e fatores de risco

A idade e o histórico familiar são fatores de risco para o Alzheimer:
  • Conforme você envelhece, o risco de desenvolver a doença aumenta. Contudo, desenvolvê-la não é parte normal do envelhecimento
  • Ter um parente cosanguíneo como um irmão, uma irmã ou um dos pais que tenham desenvolvido Alzheimer aumenta seu risco
  • Ter certas combinações genéticas de proteínas que parecem ser anormais no Alzheimer também aumenta o risco
Outros fatores de risco que não ainda não foram comprovados incluem:
  • Hipertensão arterial de longa duração
  • Histórico de traumatismo craniano
  • Sexo feminino
Existem dois tipos de doença de Alzheimer – a de início precoce e a de início tardio.
  • No Alzheimer de início precoce, os sintomas aparecerem pela primeira vez antes dos 60 anos e ele é menos comum que o de início tardio. Porém, tende a progredir rapidamente. A doença precoce pode ser hereditária. Já foram identificados vários genes relacionados a ela
  • O Alzheimer de início tardio, a forma mais comum da doença, se manifesta em pessoas com 60 anos ou mais. Ele pode estar presente em algumas famílias, mas o papel genético não é tão claro
A causa do Alzheimer não é completamente conhecida, mas considera-se que engloba fatores genéticos e ambientais. O diagnóstico do Alzheimer é feito verificando a presença de certos sintomas e descartando outras causas de demência. A única forma de saber com certeza se alguém Alzheimer é examinando uma mostra do tecido do cérebro depois da morte.
As seguintes alterações são mais comuns no tecido cerebral de pessoas com Alzheimer:
  • "Emaranhados neurofibrilares" (fragmentos torcidos de proteína dentro das células nervosas que causam uma obstrução)
  • "Placas neuríticas" (grupos anormais de células nervosas mortas ou morrendo, outras células cerebrais e proteína)
  • "Placas senis" (áreas onde os produtos das células nervosas que estão morrendo se acumulam ao redor da proteína).
Quando as células nervosas (neurônios) são destruídas, há uma diminuição das substâncias químicas que ajudam as células nervosas a enviar mensagens entre si (chamados de neurotransmissores). Como resultado, as áreas do cérebro que normalmente funcionam juntas ficam desconectadas. O acúmulo de alumínio, chumbo, mercúrio e outras substâncias no cérebro já não é considerado uma causa do Alzheimer.

Sintomas

Entre os sintomas da demência estão dificuldade em muitas áreas da função mental, como:
  • Linguagem
  • Memória
  • Percepção
  • Comportamento emocional ou personalidade
  • Capacidades cognitivas (como cálculo, pensamento abstrato ou capacidade de julgamento)
Geralmente, a demência começa com esquecimento.
O comprometimento cognitivo leve é o estágio entre o esquecimento normal devido ao envelhecimento e o desenvolvimento do Alzheimer. As pessoas com comprometimento cognitivo leve têm problemas leves com o raciocínio e a memória que não interferem nas atividades diárias. Muitas vezes, elas estão cientes do esquecimento. Nem todas as pessoas com comprometimento cognitivo leve desenvolvem Alzheimer.
Os sintomas de comprometimento cognitivo leve incluem:
  • Esquecer eventos ou conversas recentes
  • Dificuldade para realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo
  • Dificuldade para resolver problemas
  • Levar mais tempo para realizar atividades mais complexas
Os primeiros sintomas de Alzheimer podem incluir:
  • Problemas de linguagem, como dificuldade para encontrar o nome familiar dos objetos
  • Perder coisas
  • Perder-se em caminhos familiares
  • Alterações de personalidade e perda das habilidades sociais
  • Perda de interesse em coisas de que gostava antes, falta de ânimo
  • Dificuldade de realizar tarefas que exigem algum raciocínio, mas que antes eram feitas com facilidade, como conferir os gastos no talão de cheques, jogar (buraco ou outros jogos) e aprender novas informações ou rotinas
À medida que o Alzheimer avança, os sintomas se tornam mais óbvios e interferem com a capacidade da pessoa de cuidar de si.
Os sintomas podem incluir:
  • Esquecer detalhes de eventos recentes
  • Esquecer eventos da própria história de vida, perder consciência de quem você é
  • Alterações nos padrões de sono, acordando durante a noite frequentemente
  • Maior dificuldade de ler ou escrever
  • Capacidade de discernimento diminuída e perda da capacidade de reconhecer o perigo
  • Usar palavras erradas ou não pronunciar as palavras corretamente, falar em frases confusas
  • Evitar contato social
  • Ter alucinações, discussões, gestos e comportamentos violentos
  • Ter delírios, depressão ou agitação
  • Dificuldade de realizar tarefas básicas, como cozinhar, se vestir adequadamente ou dirigir
As pessoas com Alzheimer severo não conseguem:
  • Compreender a linguagem
  • Reconhecer familiares
  • Realizar atividade básicas e cotidianas, como comer, se vestir e tomar banho
Outros sintomas que podem ocorrer com o Alzheimer:

Exames e testes

Muitas vezes, o Alzheimer pode ser diagnosticado com base no histórico e exame físico por um médico ou enfermeiro habilidosos. O médico fará a anamnese, o exame físico (incluindo um exame neurológico) e realizará um exame do estado mental. Podem ser solicitados exames para determinar se outros problemas médicos estão causando ou piorando a demência.
Essas doenças incluem:
Uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética do cérebro pode ser realizada para procurar outras causas de demência, como um tumor cerebral ou AVC.
  • Nos estágios iniciais da demência, os exames de imagem do cérebro podem ser normais. Nos estágios posteriores, a ressonância magnética pode mostrar uma diminuição de diferentes áreas do cérebro
  • Embora os exames de imagem não confirmem o diagnóstico de mal de Alzheimer, eles excluem outras causas da demência (como AVC ou tumor)

Tratamento

Infelizmente, não existe cura para a doença de Alzheimer.
Os objetivos no tratamento são:
  • Diminuir a velocidade de progressão da doença (embora isso seja difícil)
  • Gerenciar os problemas de comportamento, confusão, distúrbios do sono e agitação
  • Modificar o ambiente doméstico
  • Apoiar os membros da família e outros cuidadores
TRATAMENTO COM DROGAS
A maioria das drogas usadas para tratar o Alzheimer destinados a diminuir a velocidade com que os sintomas avançam. Geralmente, o benefício trazido por essas drogas é pequeno e os pacientes e suas famílias podem não perceber muita diferença.
Os pacientes e cuidadores devem fazer aos médicos as seguintes perguntas sobre o uso ou não dessas drogas e em que momento:
  • Quais são os possíveis efeitos colaterais do medicamento e eles compensam os riscos, dado que haverá somente uma pequena mudança no comportamento ou na função?
  • Qual é o melhor momento, se houver algum, para usar essas drogas no curso do Alzheimer?
Existem dois tipos de medicamentos disponíveis:
  • Donepezil, rivastigmina e galantamina afetam o nível de uma substância química no cérebro chamado de acetilcolina. Os efeitos colaterais incluem indigestão, diarreia, perda de apetite, náusea, vômitos, cãibras musculares e fadiga
  • A memantina é outro tipo de droga aprovada para o tratamento. Os possíveis efeitos colaterais incluem agitação ou ansiedade
Outros medicamentos podem ser necessários para controlar comportamentos agressivos, agitados ou perigosos. Eles geralmente são usados em doses muito baixas. Pode ser necessário suspender todos os medicamentos que piorem a confusão. Esses medicamentos podem ser analgésicos, cimetidina, depressivos do sistema nervoso central, anti-histamínicos, calmantes e outros. Nunca mude ou suspenda nenhum medicamento sem consultar seu médico primeiro.
SUPLEMENTOS
Muitas pessoas tomam ácido fólico (vitamina B9), vitamina B12 e vitamina E. Porém, não há evidências contundentes de que tomar essas vitaminas previna o mal de Alzheimer ou diminua a progressão da doença uma vez instalada.
Algumas pessoas acreditam que a erva ginkgo biloba previne ou diminui o desenvolvimento da demência. Contudo, estudos de alta qualidade falharam em demonstrar que essa erva diminui a probabilidade de desenvolver demência. Não use ginkgo se estiver tomando medicamentos anticoagulantes como a varfarina ou um tipo de antidepressivos chamados de inibidores da monoamina oxidase (IMAO).
Se estiver consideram algum medicamento ou suplemento, você deve consultar seu médico primeiro. Lembre-se que as ervas e os suplementos de venda livre disponíveis não são regulamentados pelo governo.

Evolução (prognóstico)

A velocidade com que o Alzheimer avança varia para cada pessoa. Se o Alzheimer se desenvolve rapidamente, é mais provável que piore rapidamente. Os pacientes com a doença frequentemente morrem antes do normal, embora um paciente possa viver de 3 a 20 anos depois do diagnóstico.
A fase final da doença pode durar de alguns meses a vários anos. Durante esse tempo, o paciente se torna imóvel e totalmente inválido. A morte geralmente ocorre por uma infecção ou insuficiência de algum sistema do corpo.

Complicações

  • Perda da capacidade funcional ou de cuidar de si mesmo
  • Escaras, contraturas musculares (perda da capacidade de mover as articulações devido à perda da função muscular), infecção (principalmente infecções do trato urinário e pneumonia) e outras complicações relacionas com a imobilidade durante os estágios finais do mal de Alzheimer
  • Quedas e fraturas ósseas
  • Perda da capacidade de interagir
  • Desnutrição e desidratação
  • Insuficiência dos sistemas do organismo
  • Comportamento nocivo ou violento em relação a si mesmo ou aos outros
  • Abuso por parte de um cuidador sobrecarregado

Ligando para o médico

Consulte seu médico se alguém próximo apresentar sintomas de demência senil do tipo Alzheimer.
Entre em contato com seu médico se uma pessoa com essa doença tiver uma alteração repentina no estado mental. Uma mudança repentina pode indicar outra doença.
Converse sobre a situação com um médico se você for o cuidador de uma pessoa com essa doença e a doença piorar a ponto de você já não poder cuidar da pessoa em casa.

Prevenção

Embora não exista uma forma de prevenir o mal de Alzheimer, existem algumas práticas que podem ser úteis se incorporadas à sua rotina diária, principalmente se você tiver um histórico da doença. Converse com seu médico sobre qualquer uma dessas abordagens, principalmente aquelas que envolvem tomar um medicamento ou suplemento.
  • Tenha uma dieta baixa em gordura
  • Coma peixes de água fria (como atum, salmão e cavala), ricos em ácidos graxos ômega-3, pelo menos 2 ou 3 vezes por semana
  • Reduza a ingestão de ácido linoleico encontrado na margarina, na manteiga e em outros laticínios
  • Aumente os antioxidantes como carotenoides, vitamina E e vitamina C comendo muitas verduras e frutas de cores escuras
  • Mantenha uma pressão arterial normal
  • Permaneça ativo mentalmente e socialmente durante toda a sua vida
  • Considere com seu médico tomar anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como ibuprofeno, sulindaco ou indometacina. As estatinas, um tipo de medicamento usado normalmente para o colesterol alto, pode ajudar a diminuir o risco de desenvolver Alzheimer. Converse com seu médico sobre as vantagens e desvantagens de usar esses medicamentos para prevenção
Além disso, os primeiros testes de uma vacina contra o Alzheimer estão em andamento.

Referências

Aisen PS, Schneider LS, Sano M, Diaz-Arrastia R, van Dyck CH, et al. High-dose B vitamin supplementation and cognitive decline in Alzheimer's disease: a randomized controlled trial. JAMA. 2008;300:1774-1783.
DeKosky ST, Williamson JD, Fitzpatrick AL, Kronmal RA, Ives DG, Saxton JA, et al. Ginkgo biloba for prevention of dementia: a randomized controlled trial. JAMA. 2008;300:2253-2262.
Burns A, Iliffe S. Alzheimer's disease. BMJ. 2009;338:b158.doi:10.1136.bmj.b158.
Farlow MR, Cummings JL. Effective pharmacologic management of Alzheimer's disease. Am J Med. 2007;120:388-397.
Atualizado em 4/10/2010, por: Daniel Kantor, MD, Medical Director of Neurologique, Ponte Vedra, FL and President of the Florida Society of Neurology (FSN). Review provided by VeriMed Healthcare Network. Also reviewed by David Zieve, MD, MHA, Medical Director, A.D.A.M., Inc.


Publicado originalmente em: http://saude.ig.com.br/minhasaude/enciclopedia/alzheimer/ref1238131564117.html

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Identificado marcador que pode ajudar a detectar Alzheimer

Doença de Alzheimer

Cientistas encontraram marcador molecular comum em diversos pacientes com demência leve que desenvolveram a doença

Cientistas finlandeses identificaram uma espécie de assinatura molecular que, no futuro, pode levar ao desenvolvimento de novos métodos de diagnosticar o Alzheimer antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas da doença, marcada por perda degenerativa da memória e demência.

A descoberta foi publicada na revista científica Translacional Psychiatry por pesquisadores do Centro de Pesquisa Técnica VTT, da Finlândia.
Liderado por Matej Orešic, o grupo de cientistas descobriu que o início da doença em si é precedido pelo aparecimento de marcadores no sangue que, uma vez identificados, poderiam predizer quem já estaria em uma fase precoce da doença, permitindo a adoção de medidas para retardar a evolução dela.



Orešic e sua equipe analisaram amostras de sangue de 226 idosos por mais de dois anos. Desse total, 46 eram sadios, 143 sofriam de declínio cognitivo leve – uma condição anterior à demência – e 37 tinham Alzheimer.

Ao fim de 27 meses, 52 dos 143 pacientes com declínio cognitivo leve haviam desenvolvido Alzheimer. A análise do plasma sanguíneo desse grupo de voluntários mostrou que a concentração dos marcadores havia mudado de forma compatível com a evolução da doença.
Além do desenvolvimento de exames capazes de identificar precocemente o Alzheimer, os cientistas creem que a descoberta também poderá ajudar a identificar novos caminhos para trata-lo de forma mais eficaz.

Publicado originalmente em: http://saude.ig.com.br/minhasaude/identificado-marcador-que-pode-ajudar-a-detectar-alzheimer/n1597410944405.html

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Craid completa 26 anos de atendimento à pessoa com deficiência


Festa de Natal Craid
















O Centro Regional de Atendimento Integrado ao Deficiente (Craid), unidade da Secretaria da Saúde, completa 26 anos nesta segunda-feira (12) com oito mil cadastros de crianças com paralisia cerebral, bebês de risco (que tiveram algum tipo de complicação ao nascer) e adultos, idosos e crianças com baixa visão.

São acompanhadas pelo Craid crianças com paralisia cerebral ou que estão em observação desde o nascimento porque tiveram problemas no parto ou no pré-natal, e as com baixa visão. A equipe do Craid é formada por pediatras, neuropediatras, oftalmologistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, dentistas e profissionais de apoio.

Mais de 50 mil atendimentos foram realizados até novembro de 2011 nas mais diversas especialidades: fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, consultas odontológicas, pediatria, serviço social, psicologia, pedagogia e reabilitação visual. A unidade direciona-se à assistência do bebê de risco e portadores de deficiências até os 18 anos de idade. O trabalho visa o aprimoramento das potencialidades humanas, proporcionando melhoria na qualidade de vida, integração psicossocial e a reabilitação dos pacientes.

NATAL: Na sexta-feira (9), o Craid realizou a festa de natal para seus pacientes com o apoio da Sesa, da Associação Santa Rita de Cássia (que doou os presentes), e com a presença de um grupo de teatro Cristão liderado pela Professora Leila Blum. Papai Noel compareceu para a distribuição dos presentes, que no caso das crianças atendidas, muitas vezes é o único presente que ganharão no Natal. Aproximadamente 300 crianças participaram da festa de natal.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Síndrome alcoólica fetal

 

 

 

 

 







Por Carolina Schwartz

O consumo de álcool durante a gravidez é uma questão polêmica, porque, embora a abstenção total de bebidas seja a recomendação oficial do Ministério da Saúde e da maioria dos médicos, na prática muitas grávidas sempre acabam ouvindo de alguém que um pouquinho de cerveja aqui ou uns golinhos de vinho ali não fazem mal nenhum.

Mas, infelizmente, essas medidas "aqui e ali" são subjetivas e podem levar a abusos por parte da mãe e graves consequências futuras para o bebê. O álcool contido em vinhos, cervejas, cachaças, drinques com frutas, uísque e outras bebidas passa facilmente através da placenta para o feto em desenvolvimento, que pode vir a nascer com problemas motores, físicos e mentais, além de de comportamento.

Esse conjunto de distúrbios pode ser diagnosticado como síndrome alcoólica fetal (SAF) ou como um quadro de outros transtornos ligados ao consumo de álcool na gestação. Essas condições existem desde que o mundo é mundo e as pessoas bebem, mas só foram mais recentemente "batizadas" e assim descritas pela comunidade médica internacional, tornando o diagnóstico nem sempre fácil.

Acredita-se que a SAF e esses outros transtornos afetem cerca de 40 mil crianças por ano em todo o globo, mais do que a síndrome de Down, distrofia muscular e espinha bífida somadas, segundo a organização não-governamental The National Organization on Fetal Alcohol Syndrome (Nofas).

"Há uma estimativa de que um em cada cinco casos de deficiência mental no mundo seja causado pelo álcool" ingerido pela gestante, diz Dartiu Xavier da Silveira, co-fundador e coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo.

Em muitos casos, as mães não conversam com os obstetras sobre seus hábitos de beber e nem com os pediatras depois que os filhos nascem, o que complica ainda mais a situação dessas crianças e as perspectivas de tratá-las da melhor maneira possível.



Características da síndrome alcoólica fetal

Bebês nascidos com a síndrome costumam apresentar malformações na face (lábio superior bem fino, nariz e maxilar de tamanho reduzido, por exemplo -- veja aqui uma ilustração), cabeça menor que a média, anormalidades cerebrais (apresentando falta de coordenação motora e distúrbios de comportamento, até retardo mental), malformações em órgãos como rins, pulmões e coração. Quando vão para a escola geralmente enfrentam dificuldades de aprendizado, memorização e atenção.

"As dificuldades de aprendizagem geram problemas muito abrangentes para o futuro da criança. A repercussão é para a vida toda. Elas acabam com menos oportunidades profissionais, de manter relacionamentos afetivos ou fazer amizades", afirma Hermann Grinfeld, pediatra com mais de 40 anos de experiência e pesquisador dos efeitos do consumo de álcool na gravidez.

Crianças que se encontram no chamado "espectro" dos distúrbios provocados pelo álcool podem ter alguns dos problemas descritos acima, porém não chegam a preencher todos os requisitos para classificá-los como portadores da síndrome -- o que nem por isso é menos sério para o seu desenvolvimento.


Existe alguma maneira de prevenir a síndrome?

Sim, a única forma de impedir que seu filho venha a sofrer da síndrome é não consumir bebidas alcoólicas na gestação. E, caso você esteja só pensando em engravidar, já vale parar de beber para não correr riscos (muitas mulheres que consomem grandes quantidades de álcool não menstruam regularmente e por isso às vezes engravidam sem saber), porque o álcool pode causar danos logo nessas primeiras semanas de gravidez, principalmente no cérebro do bebê.

Pode até parecer exagero, mas os cuidados com um bebê começam muito antes do nascimento, das noites em claro e trocas de fraldas sujas.

A verdade é que desde o momento em que pensa em ter um filho, uma mulher precisa preparar seu corpo a fim de ter as melhores chances de gerar uma criança saudável e com todas as possibilidades de crescer feliz e sem limitações físicas ou psicológicas.

"A futura mãe precisa pensar que a gravidez é só o começo da história com aquele filho e tem que decidir como vai ser a relação com ele no futuro. O álcool afeta esta relação para sempre", diz a psicóloga Mônica Lazzarini Ferreira Valente, coordenadora de ações e projetos da Associação Parceria contra Drogas. "Às vezes é difícil não beber, mas é possível e vale por amor a um filho."