quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Icterícia: o que é este amarelão?



Neste post, vou discorrer sobre um assunto pouco conhecido na população leiga, mas que preocupa pais e mães, sobretudo os de primeira viagem: a icterícia.
Popularmente conhecida como amarelão, a icterícia acomete recém-nascidos, sendo mais frequente nos bebês prematuros. Para compreender o desenvolvimento da doença é preciso ter conhecimento de que na metabolização da hemoglobina (proteína presente nos glóbulos vermelhos que transporta o oxigênio do pulmão para os tecidos), sua molécula é quebrada, formando a bilirrubina. Esta, ao passar pelo fígado, sofre uma conjugação com outras moléculas, o que lhe permite ser excretada do organismo através das fezes e urina. Se a produção de hemoglobina é muito alta, ou se o fígado apresenta problemas que o impeçam de conjugar a molécula, a bilirrubina se deposita nos tecidos, sendo que sua cor esverdeada permite que seja vista através da pele.

A icterícia acomete mais o recém-nascido porque, durante sua formação, no estágio intrauterino, existe uma hemoglobina especial, conhecida como hemoglobina fetal. Após o nascimento, com o início da respiração por via pulmonar, tais hemácias são destruídas em grande velocidade, iniciando-se a produção de hemoglobina adulta. A grande quantidade de hemoglobina fetal se transforma rapidamente em bilirrubina. Se seu fígado não estiver ainda em sua maturidade total, ele não consegue processar toda a quantidade que lhe chega, sendo ela então depositada nos tecidos. Quanto mais prematuro for o parto, assim como tanto menor for o tamanho do recém-nascido, maior será a probabilidade de ele vir a apresentar icterícia. É também mais alta sua incidência em partos cesáreos.
O tratamento da icterícia neonatal fisiológica - imaturidade do fígado - é feito com base nos resultados da dosagem das bilirrubinas. Em níveis mais baixos, submete-se a criança a uma fototerapia, na qual a criança é banhada por períodos longos com luz fluorescente do espectro azul, que tem capacidade de conjugar a bilirrubina, facilitando sua excreção.

Se os níveis de bilirrubina, entretanto, estiverem acima dos parâmetros aceitáveis, ou com uma velocidade alta de crescimento, há necessidade de se realizar uma transfusão sanguínea denominada exsanguineotransfusão, em que se troca todo o sangue com altos teores de bilirrubina, por sangues de doadores, com a finalidade de se evitar a impregnação da bilirrubina no tecido nervoso cerebral – clinicamente conhecido como kernikterus -, o que pode levar a graves consequências caso este processo seja desencadeado.
A icterícia neonatal pode ser prevenida com um acompanhamento obstétrico mais de perto, com a chegada do final da gestação, no sentido de se conseguir que o parto seja o mais próximo possível das 40 semanas, quando o feto já tem uma boa maturidade. Deve-se também evitar os partos cesáreos, cuja opção deve ser somente em casos de risco materno-infantil.
Não podemos esquecer, porém, que existem outras causas de icterícia nos bebês, entre elas a incompatibilidade sanguínea, em que o sangue do bebê, sendo incompatível com o da mãe, faz com que a mãe desenvolva anticorpos contra ele, gerando uma icterícia patológica. Outra causa é a obstrução dos canais de drenagem da bile, do fígado para o intestino, sendo esta icterícia provocada por bilirrubina conjugada, que não consegue ser eliminada, devido ao quadro obstrutivo, causando o amarelão. Neste caso, o tratamento é cirúrgico, visando à desobstrução do canal.
Há ainda uma série de quadros infecciosos, principalmente virais, que, acometendo a mãe durante o período gestacional pode levar a icterícia em recém-nascidos.
É de extrema importância frisar e alertar aos pais que uma criança já grandinha pode também desenvolver icterícia, indicando um sinal de que esteja com alguma doença do fígado, ou do sangue, sendo importante o acompanhamento do médico pediatra.

Fonte:Sylvio Renan de Barros
http://blogdopediatra.blog.uol.com.br/arch2012-08-01_2012-08-31.html#2012_08-22_16_54_06-146240084-0

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pesquisa mostra que cérebro é capaz de aprender durante sono


Cientistas Anat Arzi e Noam Sobel, no Laboratório do Olfato  (Foto: Cortesia Instituto Weizmann) 
Cientistas Anat Arzi e Noam Sobel, no Laboratório do
Olfato (Foto: Cortesia Instituto Weizmann)
 
 
O cérebro humano tem a capacidade de captar informações novas durante o sono, concluiu uma pesquisa publicada na segunda-feira (27) por pesquisadores do instituto israelense Weizmann.
A pesquisa, realizada ao longo de três anos pela neurobióloga Anat Arzi, examinou a correlação entre olfato e audição e a memória armazenada no cérebro.
'Esta é a primeira vez que uma pesquisa científica consegue demonstrar que o cérebro é capaz de aprender durante o sono', disse Arzi à BBC Brasil.
Segundo a cientista, estudos prévios já demonstraram a capacidade de bebês aprenderem enquanto dormem, mas a pesquisa recém-divulgada descobriu que o mesmo vale para adultos.

'Aprendizagem associativa'
O experimento, realizado por Arzi em colaboração com o professor Noam Sobel, diretor do Laboratório do Olfato do instituto, examinou as reações de 55 pessoas que foram expostas a sequências de sons e cheiros enquanto dormiam.
As sequências, que incluiam um intervalo de 2,5 segundos entre o som e o cheiro, expunham os participantes a odores agradáveis (de perfume ou xampu) ou desagradáveis (de peixes podres ou outros animais em decomposição), de forma sistemática e sempre antecedidos por sons que se repetiam.
'A vantagem de se utilizar o olfato é que os cheiros geralmente não interrompem o sono, a não ser que sejam muito irritantes para as vias respiratórias', explicou a cientista.
Durante o experimento os cientistas observaram sinais de que os participantes adormecidos passaram por uma 'aprendizagem associativa'.
'Com o tempo, criou-se um condicionamento. Bastava que (os participantes) ouvissem determinado som para que a respiração deles se alterasse e se tornasse mais longa e profunda - em casos de associação com odores agradáveis -, ou mais curta e superficial - em casos de sons ligados a cheiros desagradáveis', afirmou Arzi.
A cientista também relatou que as mesmas reações ocorriam na manhã seguinte, quando os participantes acordavam. Se fossem expostos a um som associado com um odor agradável, respiravam longa e profundamente.

Informações gravadas
'O fato de que as informações ficaram gravadas no cérebro e causaram reações fisiológicas idênticas, mesmo quando os participantes estavam despertos, demonstra que eles passaram por uma aprendizagem associativa enquanto dormiam', disse.
Pessoas com lesões no hipocampo - região do cérebro relacionada à criação da memória - não registraram as informações, disse a neurobióloga.
Para Arzi, a descoberta pode ser 'um primeiro passo no estudo da capacidade do cérebro humano de obter uma aprendizagem mais complexa durante o sono'.
No entanto, segundo a cientista, são necessárias mais pesquisas para examinar as diferenças entre o funcionamento dos mecanismos cerebrais de pessoas adormecidas e despertas.

Fonte:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/08/pesquisa-mostra-que-cerebro-e-capaz-de-aprender-durante-sono.html

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Síndrome de Dravet - Gene de epilepsia infantil pode provocar comportamentos autistas

A síndrome de Dravet, que tem incidência de um caso para cada 20 mil nascimentos, começa com crise epiléptica ainda no primeiro ano de vida e comportamentos autistas a partir do segundo ano Foto: Getty Images A síndrome de Dravet, que tem incidência de um caso para cada 20 mil nascimentos, começa com crise epiléptica ainda no primeiro ano de vida e comportamentos autistas a partir do segundo ano
Foto: Getty Images


Um gene, conhecido por ser o causador  de síndrome de Dravet, uma espécie de epilepsia infantil, também poderia ser um dos responsáveis pela aparição de comportamentos autistas. Isso é o que defende um estudo publicado pela revista científica Nature.
A pesquisa sugeriu que, ao contrário de outras formas de epilepsia, os sintomas da síndrome de Dravet também incluem comportamentos autistas, como a hiperatividade, dificuldade nas relações sociais e um desenvolvimento mais lento da linguagem e das habilidades motoras.
Isto foi interpretado como uma espécie de pista por uma equipe da Universidade de Washington, liderada por William Catterall, que passou a investigar as causas desta síndrome para saber se elas poderiam estar ligadas à aparição de sintomas autistas.
No estudo feito com cobaias, os cientistas descobriram que os roedores com apenas uma cópia funcional do gene SCN1A, localizado no cromossomo 2 e um dos nove responsáveis pelo funcionamento dos canais de sódio nos neurônios, desenvolveram comportamentos autistas.
Desta forma, confirmou-se que este gene também era o principal causador dos sintomas mais graves da síndrome de Dravet e, por isso, puderam considerar que deveria ser incluído entre as síndromes do espectro autista.
A partir desta fase, os especialistas trataram os ratos com um remédio que atua sobre o sistema nervoso central e que habitualmente é receitado para combater crises epilépticas, e descobriram que os comportamentos sociais anormais e os déficits cognitivos dos roedores desapareceram.
Segundo Catterall, esta descoberta orientará novas estratégias terapêuticas contra o autismo.
A síndrome de Dravet, que tem incidência de um caso para cada 20 mil nascimentos, começa com crise epiléptica ainda no primeiro ano de vida e comportamentos autistas a partir do segundo ano. O tratamento tenta atenuar as convulsões, mas não de reverter a doença.

 Fonte: http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/gene-de-epilepsia-infantil-pode-provocar-comportamentos-autistas,70231ff4aaf49310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html#tarticle

Um novo passo contra a paralisia


A cura de lesões na medula espinhal ainda é um dos grandes quebra-cabeças da Me­­dicina, por isso, cientistas de várias partes do mundo buscam insistentemente uma solução para o problema. É o caso de pesquisadores do Projeto Miami – centro norte-americano especializado em danos de medula espinhal –, que receberam, no fim do mês passado, a liberação do Food and Drug Administration (FDA) para iniciar a primeira fase de testes em humanos de uma nova técnica cirúrgica que pretende amenizar as consequências dessa complicação.
A prática consiste em transplantar um tipo de célula nervosa da perna para a espinha danificada de pacientes recém-paralisados na tentativa de restaurar algumas funções e sensações. Experimentos iniciais realizados em ratos, porcos e primatas mostraram que, em muitos casos, os animais recuperaram 70% das funções e sensações perdidas.
“É um excelente projeto, que traz novas esperanças para a recuperação neurológica do paciente com lesão medular”, afirma o neurocirurgião do Hospital Nossa Senhora das Graças Rodrigo Leite de Morais. Contudo, ele ressalta que as conclusões esperadas não são definitivas, já que por enquanto tudo “não passa de uma pesquisa científica e não está disponível para tratamento, até mesmo porque é necessário aguardar os resultados”.
Já, segundo o professor de ortopedia e traumatologia da PUC-PR Luiz Roberto Vialle, são poucas as perspectivas em relação ao transplante, pois, para ele, a técnica segue a mesma linha de outras já realizadas anteriormente e que pouco influenciaram na reabilitação do paciente. “Isso foi feito com nervos intercostais, com nervos da perna. Eu mesmo tenho paciente que foi fazer uma cirurgia em outro país, com transplante de nervo intercostal, e a experiência não deu certo. Apesar, claro, de que todo projeto é válido”, argumenta.

Comprimidos
Paralelamente ao estudo do Projeto Miami, pesquisa­­dores ligados à Fundação AOSpine (formada por profissionais que se dedicam a estudar a medula espinhal) deverão colocar em prática ainda neste ano a segunda fase de testes de um medicamento já disponível no mercado para tratar degeneração do tecido nervoso e que, agora, eles acreditam poder utilizá-lo em pacientes com lesão medular.
A pesquisa já passou por um projeto piloto que avaliou a eficácia e a segurança da droga e, nesta segunda fase, propiciará o uso do medicamento para pacientes selecionados que tenham sofrido a lesão recentemente. Aqui no Brasil, a perspectiva é de que o Hospital Universitário Cajuru, da PUC-PR, integre a lista de hospitais participantes, informou Vialle, que também é presidente internacional da Fundação AOSpine.

Uso de células tronco tem resultados
Em 2011, uma experiência li­­derada por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Bahia em parceria com o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael, em Salvador, con­­se­­guiu recuperar parte dos movimentos das pernas do ex-policial baiano Mau­­rí­­cio Ribeiro, que havia ficado paraplégico.
A técnica consistiu em um transplante de células tronco adultas obtidas do próprio paciente na área de lesão na medula espinhal, como explicou a pesquisadora titular da Fiocruz Milena Botelho Pe­­reira Soares. “Este estudo foi baseado em um anterior, no qual testamos a técnica em cães e gatos que tiveram lesões raquimedulares. Como os resultados no estudo em animais foram promissores, esperávamos obter resultados semelhantes em pacientes. Não foi uma grande surpresa.”
A pesquisa, que está em fase final de análise, tratou 14 pacientes com lesão na medula espinhal, e todos apresentaram graus variados de melhoras sensitivas e motoras. O fato, segundo Milena, pode significar um novo caminho para a recuperação de pacientes com a medula lesionada, embora estudos assim ainda enfrentem um cenário não muito favorável. “Apesar de ter havido investimento considerável nas pesquisas com células tronco no Brasil, esses recursos não são comparáveis aos investimentos feitos em vários países da Europa, Ásia e América do Norte”, diz ela.
Na tentativa de reverter es­­se quadro e ampliar o uso da medicina regenerativa na recuperação de pacientes que dependem do SUS para tratamentos como regeneração do coração, movimento das articulações e tratamento da esclerose múltipla, o Ministério da Saúde prometeu, em abril, que em 2012, R$ 15 milhões seriam investidos em terapia celular. Destes, R$ 8 milhões seriam destinados à conclusão da estruturação de 8 Centros de Terapia Celular responsáveis pela produção nacional de pesquisas com células tronco (um deles na PUC-PR).

Cenário nacional
No país há poucas pesquisas sobre lesão medular
“Atualmente, o tratamento das lesões medulares graves continua um desafio para a Medicina, mas já há vários estudos em andamento em grandes centros do mundo, com altos investimentos, que trazem esperança aos pacientes com sequelas neurológicas”, afirma o neurocirurgião dos hospitais Nossa Senhora das Graças, Erasto Gaertner, Cruz Vermelha e São Vicente Rodrigo Leite de Morais. Mas, ainda que muitos pesquisadores estejam debruçados sobre os casos de lesões de medula espinhal para chegar o mais perto possível de um tratamento perfeito, no Brasil o cenário deixa a desejar, conforme explica o professor de ortopedia e traumatologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Luiz Roberto Vialle. “Ainda não estamos num nível bom. Os dois centros que mais pesquisam aqui [no Brasil] estão na USP [Universidade de São Paulo] e na nossa PUC. Eventualmente, um ou outro trabalho de mestrado é feito, mas os que têm uma rotina de pesquisa e publicação são mesmo poucos. Falta estudo no país”, afirma.



Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1290808&tit=Um-novo-passo-contra-a-paralisia

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Conheça o garoto que pode mudar a história do câncer - Matéria do IG





BBC
Jack com o sensor de nanotubos: potencial revolução no diagnóstico do câncer de pâncreas
 
 
 
Jack Andraka – guarde esse nome – tem 15 anos. Em maio deste ano ele venceu a Feira Internacional de Ciência e Engenharia da Intel com um projeto que pode mudar a história do câncer de pâncreas : um teste para detectar a doença 68 vezes mais rápido, 400 vezes mais sensível e 26 mil vezes mais barato que o padrão usado hoje para detectar a doença, inventado nos anos 50.
A doença que vitimou um familiar de Jack e inspirou o jovem a pesquisar uma forma de detectá-la antes que ela se espalhe para o resto do corpo, tem um prognóstico sombrio: menos de 2% dos diagnosticados em estágio avançado sobrevivem.
“Eu pensei: se fosse possível diagnosticar essa doença em estágios bem iniciais, as chances de sobrevivência aumentariam muito”, conta ele.
Munido de vontade, curiosidade e uma bagagem científica incomum para garotos da idade dele, Jack se embrenhou no tema e bolou o teste unindo conceitos estudados nas aulas de Biologia com o que havia lido em um artigo sobre nanotubos – estruturas milhares de vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo.
“Eles têm propriedades incríveis, são como super-heróis da Ciência.”


Como ele conseguiu fazer isso? Filho mais novo de uma médica e um engenheiro civil, ele foi estimulado desde cedo a encontrar por si as respostas para as dúvidas que tinha sobre as coisas. Além de inteligente e esforçado, claro, Jack foi perseverante. Decidido a concretizar a ideia do teste, ele escreveu para nada menos que 200 pesquisadores norte-americanos apresentando o projeto de pesquisa e pedindo espaço em laboratório para trabalhar nele. Apenas um respondeu que sim. Ainda bem.
Jack conversou com o iG pelo telefone, do laboratório que aceitou abrigá-lo e incentivá-lo. Hoje, ele estuda meios de viabilizar comercialmente o teste. Jack Andraka – guarde esse nome – tem 15 anos.

Veja a seguir a entrevista ao IG:
iG: Quando você começou a se interessar por ciências?
Jack Andraka: Eu tinha uns três anos quando meu pai comprou para mim e para o meu irmão [ dois anos mais velho ] uma maquete de plástico de um rio, com água e tudo. Nós ficamos brincando com aquilo o dia inteiro, observando a corrente e colocando os mais diferentes objetos nela, para ver o que afundava, o que seguia o curso da água e o que mudava a corrente. A gente queria respostas. Queria entender como aquilo acontecia. Acho que o interesse despertou a partir daí.

iG: Quanto tempo depois disso você começou a participar de competições de ciências?
Jack Andraka: A primeira competição foi na 6ª série, com 12 anos. Eu adaptei um dispositivo de segurança para evitar que o fluxo de água nas quedas d’água de pequenas represas cause afogamentos.

iG: Você venceu?
Jack Andraka: Eu tinha 10 anos e como estava na 6ª série, não podia participar do prêmio da Intel, porque aqui nos EUA ele é apenas para estudantes de ensino médio. Mas tirei segundo lugar na versão internacional do mesmo prêmio com esse projeto.
iG: Como você teve a ideia do projeto vencedor do prêmio internacional deste ano?
Jack Andraka: Eu escolhi um tema que me interessava na época. O câncer de pâncreas teve um impacto importante na minha família, nós perdemos um parente com a doença. Aí fui pesquisar sobre ela e descobri que 85% dos casos são diagnosticados em estágios avançados, quando o câncer já está espalhado pelo corpo e os pacientes em geral têm menos de 2% de chances de sobrevivência. Eu pensei: se fosse possível diagnosticar essa doença em estágios bem iniciais, as chances de sobrevivência aumentariam muito.
iG: E você simplesmente decidiu fazer isso?
Jack Andraka: Bem, eu fui atrás de todas as formas conhecidas de diagnóstico desse tipo de câncer e descobri uma proteína chamada mesotelina, que está presente no câncer de pâncreas, assim como nos de ovário e pulmão. A ideia veio mesmo numa aula de biologia. Estávamos aprendendo sobre anticorpos, essas estruturas produzidas pelo sistema imunológico. No câncer que eu estava estudando, os anticorpos se ligavam apenas à mesotelina. Na mesma época, li um artigo muito legal sobre nanotubos de carbono. Você sabia que essas estruturas têm o diâmetro 150 mil vezes menor do que o de um fio do seu cabelo?





Jack Andraka: Sim, os nanotubos têm propriedades incríveis, são como super-heróis da Ciência. Ok, o que fiz foi meio que conectar essas duas ideias. Eu inventei um sensor de nanotubos de carbono e anticorpos capaz de identificar a presença da mesotelina e dizer, baseado no quanto dessa proteína se liga aos anticorpos, se a pessoa tem câncer de pâncreas.

iG: Quanto tempo você levou para concretizar a ideia?
Jack Andraka: Foram ao todo 7 meses de muito trabalho.

iG: Onde você trabalhou? Em casa? No laboratório da escola?
Jack Andraka: Não, eu contatei 200 pesquisadores na Universidade Johns Hopkins e nos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos pedindo espaço em laboratório e apoio para desenvolver a minha pesquisa. Apenas um me disse sim [ Anirban Maitra, professor de Patologia, Oncologia e Engenharia Química e Biomolecular da Escola de Medicina da Johns Hopkins ]. Uns me responderam que não tinham espaço, outros que não tinham o equipamento, outros simplesmente não responderam. Quando finalmente fui aceito, cumpri um rigoroso processo para me transformar em um pesquisador e iniciei o trabalho.

iG: Durante a pesquisa, como ficou a escola? Você conseguia dar conta de tudo?
Jack Andraka: Normalmente eu consigo fazer todas as coisas da escola durante o período das aulas. Enquanto desenvolvia o projeto, eu ficava até tarde da noite no laboratório fazendo e refazendo os testes, então aproveitava o tempo entre eles para completar o dever de casa.

iG: Os seus pais não reclamavam de você ficar até tarde da noite trabalhando?
Jack Andraka: Meus pais não reclamavam, pelo contrário. Eles sempre valorizaram o trabalho e o esforço. Acho que só consegui chegar até aqui porque como pais eles me ajudaram e me incentivaram.

iG: Com todas essas atividades, você consegue passar algum tempo com os amigos e a família? Aliás, você tem namorada?
Jack Andraka: Não tenho namorada. Mas eu gosto de socializar sim. Este ano, com todo o trabalho no projeto, a minha vida social ficou um pouco comprometida, mas os meus amigos me apoiam e entendem isso. E continuam meus amigos.

iG: Depois da vitória no prêmio da Intel você foi contatado por algum interessado em produzir e vender o seu teste?
Jack Andraka: Sim, já fui contatado por sete empresas de biotecnologia interessadas em produzir o teste. Estou aguardando a conclusão do processo de patente, ainda não decidi que direção quero tomar.

iG: Além do câncer, quais outras áreas você ainda gostaria de pesquisar?
Jack Andraka: Eu definitivamente gosto de Biologia, mas também tenho interesses em Física e Química. Então venho tentando combinar essas três coisas nos meus próximos projetos.

iG: Já pensou sobre a faculdade? O que pretende cursar e onde deseja estudar?
Jack Andraka: Hum...não tenho a mínima ideia de onde ou o que vou estudar. Há tantas opções hoje em dia e tanta gente com diploma. Não sei se quero seguir esse caminho.

iG: O seu histórico e a sua mais recente invenção geraram uma grande expectativa em torno da sua performance no concurso do próximo ano. Como você lida com isso?
Jack Andraka: Acho que será um novo desafio. Quero participar do concurso do ano que vem e pretendo me divertir com isso. Só quero seguir pesquisando.

Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-08-24/conheca-o-garoto-que-pode-mudar-a-historia-do-cancer.html

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Britânicos têm combinação rara de quadrigêmeos

Quadrigêmeos

 A britânica Emma Robbins, da cidade de Bristol, deu à luz quatro meninos: Rueben, Zachary, Joshua e Samuel.
Quadrigêmeos nasceram no dia 29 de fevereiro em ano bissexto
Como se o simples fato de ter quadrigêmeos não fosse uma suficientemente surpreendente, as crianças nasceram no dia 29 de fevereiro, em um ano bissexto.
Não bastasse isso, na ocasião do nascimento, acreditava-se que dois dos gêmeos seriam idênticos, algo que só ocorre em 1 em cada 1 milhão de casos.
Mas agora os médicos estão levantando a hipótese de que na verdade tanto Joshua como Zachary e Rueben seriam gêmeos idênticos, num acontecimento ainda mais raro.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/08/120821_quadrigemeos_bg.shtml

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Assistência a bebês prematuros implica decisões difíceis


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Bebês prematuros: entre 23 e 26 semanas, a decisão cabe a médicos, pais e políticas hospitalares
No meu primeiro dia como residente de Pediatria do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, fui designado para a unidade de terapia intensiva neonatal. Fiquei impressionado com o lugar. Três (ou, como viria a descobrir mais tarde, quatro) salas grandes estavam repletas de incubadoras transparentes de plástico. Dentro de cada uma delas havia um bebê. Muitos deles eram extremamente prematuros. 

Alguns eram pequenos o suficiente para caber na palma da minha mão e pesavam menos de um quilo. Seu tórax pequenino se elevava a cada batimento cardíaco. Sua pele era fina como papel. Um aparelho de ventilação mecânica respirava por eles; cateteres intravenosos viajavam pelo corpo de cada um, para alimentá-los; eletrônicos sensíveis monitoravam cada mudança, mesmo que sutil, em seus sinais vitais.
As unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN) são um triunfo do investimento da medicina moderna em tecnologia, medicamentos e conhecimento. Elas existem para concluir o trabalho iniciado pela natureza, já que 500 mil vezes por ano – mais do que em qualquer outro lugar no mundo industrializado – um bebê norte-americano nasce prematuramente. Nos casos mais precários, a criança nasce à margem da vida: em algum momento entre 23 e 26 semanas de gestação, ou no que é chamado de limite de viabilidade.
Na década de 1960, quando surgiram as primeiras UTINs, os bebês prematuros corriam um risco de 95 por cento de morrer. Hoje, têm 95 por cento de chance de sobreviver.
Esse limite mudou radicalmente ao longo do último meio século. Na década de 1960, quando surgiram as primeiras UTINs, os bebês prematuros corriam um risco de 95 por cento de morrer. Hoje, têm 95 por cento de chance de sobreviver. Isso, nas palavras de um neonatologista, o Dr. Nicholas Nelson, mudou o modo como enxergamos os bebês prematuros, como "um paciente a ser atendido, ao invés de um objeto do qual sentir pena".
Estamos hoje diante de uma escolha difícil, não muito diferente daquela enfrentada pelos médicos que cuidam de adultos que se aproximam do fim da vida: saber por quem lutar e quem devemos deixar partir. A decisão diz muito sobre como passamos a olhar para o menor e mais frágil dos pacientes.
Salvar vidas tão jovens assim não é benigno. Sobreviventes da prematuridade extrema têm complicações frequentes, e muitas vezes graves, durante o tempo que passam na UTIN. No pior dos casos, essas crianças sofrerão de deficiências para o resto da vida: paralisia cerebral; deficiência visual grave, que óculos de lentes grossas e cirurgia ocular podem corrigir apenas parcialmente; pulmões marcados que só os deixarão dependentes de tanques de oxigênio; problemas intelectuais e comportamentais que os colocam bem atrás de seus pares.
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Prematuro em incubadora: embora índice de sobrevivência seja alto, sequelas podem ser graves
Chances de sobrevivência
Em parte porque as perspectivas dessas crianças podem ser tão obscuras, a Academia Americana de Pediatria sugere não ressuscitar bebês nascidos antes de 23 semanas, enquanto que os bebês nascidos após 26 semanas geralmente são ressuscitados.
Entre 23 e 26 semanas os riscos continuam altos, mas a chance de sobrevivência fica mais alta a cada semana. Esse grupo de bebês é descrito pela organização pediátrica como uma zona cinzenta, e os médicos e os pais devem tomar uma decisão difícil quanto à possibilidade de tentar ressuscitar um bebê sem saber ao certo o que vai ocorrer.

As circunstâncias raramente são ideais. Os neonatologistas entram no quarto de um paciente, dia ou noite, em meio à intensa atividade de obstetras e enfermeiros que tentam dar conta do trabalho. É um momento de emoção, tensão e incerteza que não contribui para uma discussão ou reflexão detalhada. Não surpreende, então, que essas decisões de vida ou morte sejam tomadas de forma inconsistente.
Em uma pesquisa de 2005, pesquisadores da Universidade McGill, em Montréal, entrevistaram 165 residentes pediátricos e obstétricos em quatro centros médicos de Québec sobre a ressuscitação de bebês nascidos entre 23 e 26 semanas. Alguns residentes, descobriram os pesquisadores, trabalhavam em hospitais que tinham uma cultura agressiva de ressuscitação. Outras instituições adotavam abordagens menos agressivas: mesmo com 26 semanas, quando a chance de sobrevivência de um bebê prematuro é maior do que 70 por cento, os residentes desses centros médicos indicaram que tentariam a ressuscitação apenas por cerca de metade do tempo. Os pediatras dos EUA também têm abordagens altamente variáveis da ressuscitação de bebês prematuros, sugerem estudos.
A opção dos pais
Os pais sustentam uma ética muito mais consistente. Um estudo feito em 2001 por pesquisadores da Universidade McMaster, em Ontário, mostrou que uma maioria significativa acredita que o correto é tentar salvar todos os bebês, independentemente da condição ou peso com que nascem. Apenas 6 por cento dos profissionais de saúde disseram o mesmo. Estudos mais antigos realizados nos EUA sugeriram que os pais americanos concordam com os canadenses.
"Costumava-se pensar que a paralisia cerebral era sempre culpa de Deus". Agora, aproximadamente metade dos casos são culpa nossa, escreveram eles, e "é difícil conviver com isso".
Por que existe essa lacuna entre os pais e alguns médicos, mesmo quando a tecnologia médica torna possível salvar um número cada vez maior de bebês prematuros? Talvez os médicos que estão relutantes em intervir a todo custo estejam bastante familiarizados com as possíveis consequências – e cautelosos em relação a elas. Como colocaram dois neonatologistas, o Dr. William Meadow e o Dr. John Lantos: "Costumava-se pensar que a paralisia cerebral era sempre culpa de Deus". Agora, aproximadamente metade dos casos são culpa nossa, escreveram eles, e "é difícil conviver com isso".
Além disso, muitos médicos se deram conta de que o calvário da ressuscitação não se limita aos bebês. A UTIN também é extremamente difícil para os pais.
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Prematuro passa por ressuscitação: associação americana sugere não ressuscitar bebês nascidos antes de 23 semanas
Mãe e médica
Em 2005, a Dra. Annie Janvier, neonatologista de Montréal que investiga a tomada de decisões em circunstâncias médicas incertas, tinha pouco mais de 23 semanas de gravidez quando entrou em trabalho de parto. Ela deu à luz no hospital onde trabalhava como neonatologista. "Meu bebê estava na categoria 'opcional', e nós tivemos que tomar uma decisão", lembrou.
A equipe teve de tomar as medidas necessárias. A garotinha, a quem deram o nome de Violette, foi direto para a UTIN. Ela passaria por um caminho cheio de percalços, chegando a ficar tão doente em um determinado ponto que Annie e seu marido decidiram recusar o tratamento. A menina se recuperava e, em seguida, quase sucumbia a uma infecção.
Tudo isso teve um impacto profundo sobre a mãe – mas não do tipo que esperaríamos. "Eu detestava visitar a unidade de terapia intensiva neonatal quando ela estava instável", escreveu ela em um ensaio sobre as primeiras semanas de Violette. "Eu odiava ser incentivada a participar do atendimento prestado a ela."
Não se conectar com muita força a um recém-nascido prematuro ou doente pode ser um mecanismo de proteção para os pais, acredita a mãe hoje. Afinal, durante a maior parte da história humana, os bebês prematuros simplesmente morriam. Mas na medicina moderna, com a expectativa de que todo bebê tem uma chance de lutar pela vida, surge uma nova relação com essas crianças – hoje pacientes, não objetos – que ainda estamos nos esforçando para confrontar.
Os médicos podem escolher a mesma abordagem. O que me pareceu, como residente, foi que os ocupantes dessas pequenas incubadoras eram mais fetos do que bebês, um sendo permutável pelo outro. Nós nem sequer lhes dávamos nomes, apenas um número no prontuário, ou nos referíamos a eles pelo gênero – como "bebezinha", por exemplo. Era mais fácil monitorá-los quando seus pais não estavam lá. Bastava ter os números a serem observados naquela noite, fazer um exame rápido e seguir em frente. Tudo isso me ajudou a ter um certo desprendimento.
Muitos estudos mostram que a grande maioria dos bebês que nascem extremamente prematuros passa a viver uma vida satisfatória e produtiva. Violette deixou a UTI neonatal quando tinha 4 meses de idade. Hoje é uma menina feliz, saudável. Ainda assim, quando o fim da vida está tão perto de seu início, não existem dias fáceis na neonatologia. Os médicos fazem o melhor que podem sob tremenda pressão, sofrendo de uma enorme incerteza emocional e clínica. Trata-se de um lembrete de que, apesar do fato de termos a melhor tecnologia possível nas UTINs, a medicina continua a ser um esforço fundamentalmente humano – e, portanto, imperfeito.
* Rahul K. Parikh é pediatra em Walnut Creek, Califórnia, e escreve para a revista on-line Salon.com
NYT


Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/2012-08-19/assistencia-a-bebes-prematuros-implica-decisoes-dificeis.html

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Gata ajuda menino com mudez seletiva a se comunicar com o mundo

O jovem Lorcan Dillon, com a gata Jessi-Cat, e o irmão, Luke (BBC)

Criança que não se comunicava já diz à gata que a ama
Um menino britânico que sofre da rara condição de mutismo seletivo, que inibe a sua capacidade de se comunicar, vem contando com o auxílio de uma gata para conseguir falar.
Lorcan Dillon, de sete anos, foi diagnosticado como portador dessa condição ainda aos três anos de idade, quando estava no jardim de infância.
A criança se comunicava em casa, mas fora do ambiente familiar seu comportamento era diferente. ''Notamos que ele não falava com as outras crianças'', afirma Jayne Dillon, a mãe da criança.
Jayne afirma ter visto um anúncio da entidade Cat's Protection, uma entidade britânica que oferece assistência a gatos e resolveu adquirir um animal para entreter a criança.

'Eu te amo'

Desde que ele ganhou a gata, batizada de Jessi-cat, seu comportamento mudou radicalmente.
''Ele fala com ela, diz: 'Eu te amo, Jessy'. Ela participa de atividades com ele, está ajudando-o a ter mais autoconfiança'', afirma Jayne.
As mudanças que a gata estaria propiciando ao pequeno Lorcan não se limitam ao lazer.
''Ele agora já fala com sua professora e até lê para ela, o que é impressionante para crianças com essa condição, que raramente falam'', relata a mãe.

Condição

De acordo com estudos, a condição de mutismo seletivo afeta cerca de três em cada 10 mil crianças. Mas outros especialistas dizem que a condição seria mais comum do que se imagina, atingindo até sete entre mil pessoas.
O mutismo seletivo tende a ser identificado em crianças de 3 a 6 anos de idade, mas acaba só sendo diagnosticado quando os jovens começam a frequentar a escola, onde fica mais fácil identificar a condição.
Mesmo após o diagnóstico, é difícil determinar as suas causas precisas. Ele pode ser provocado por diversos fatores, como problemas auditivos, defeitos de dicção, síndrome de Asperger, traumas ou ansiedade.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/08/120817_mutismo_seletivo_bg.shtml

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Células-tronco já são testadas em humanos

 
Células-tronco embrionárias obtidas a partir de uma técnica  desenvolvida por pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, já  estão sendo aplicadas em seres humanos. Os primeiros resultados dos  testes, visando à reconstrução do tecido que reveste a córnea, deverão  ser anunciados no segundo semestre de 2013.
“Fora do país, há alguns estudos avançados. Porém, eles não chegaram  à quantidade de células que a gente consegue obter. O grande achado do  nosso trabalho é conseguir quantidades de células suficientes para  aplicação em humanos”, destaca o pesquisador do Instituto Butantan  Nelson Lizier.
O estudo feito pelos pesquisadores do Laboratório de Genética do  instituto levou à criação de uma técnica que permite obter grandes  quantidades de células-tronco - capazes de gerar qualquer tecido do  corpo humano – a partir do dente de leite. “Essa nova tecnologia que nós  conseguimos desenvolver permite que, de uma única polpa [de um dente de  leite], a gente consiga tratar muitos pacientes, em torno de 100 por  dia”, destaca Lizier.
Os últimos testes feitos em animais mostraram que as células não  levam a nenhum efeito colateral quando comparadas a biofármacos e a  outras drogas. “As cirurgias já estão acontecendo. A gente já fez em  dois pacientes, dentro do Instituto da Visão da Unifesp [Universidade  Federal de São Paulo], responsável por essa parte cirúrgica”, ressalta o  pesquisador. Os resultados só poderão ser divulgados após o  encerramento dos testes.
Um grupo de pacientes com lesões na córnea está recebendo as  células-tronco como parte do experimento. Além da córnea, os  pesquisadores já têm pesquisas sobre a aplicação das células-tronco  embrionárias em outras áreas. “A gente já tem estudos aqui dentro do  grupo de pesquisa para a utilização dessas células para regeneração de  retina, para arteriosclerose, doenças cardíacas, regeneração óssea, de  cartilagem, e implantes dentários.”
Os estudos sobre células-tronco obtidas a partir de dentes de leite  começaram a ser feitos no Butantan em 2004. Com essa técnica, os  embriões não são mais necessários para a criação das células-tronco.  Assim, é possível produzir do próprio organismo do paciente uma célula  igual à embrionária.

Fonte: http://www.parana-online.com.br/canal/vida-e-saude/news/622607/?noticia=CELULAS+TRONCO+JA+SAO+TESTADAS+EM+HUMANOS