sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Com piercing na língua, tetraplégicos conseguem controlar cadeira de rodas


O piercing do tamanho de um feijão produz um campo magnético que muda quando a língua se movimenta Foto: Reprodução / BBCBrasil.com
Cientistas nos Estados Unidos descobriram uma forma de fazer com que pessoas possam controlar cadeiras de rodas e computadores usando um piercing na língua. A descoberta pode ajudar a dar mais independência a pessoas com paralisia. O movimento de um pequeno ímã dentro de um piercing é detectado por sensores e convertido em impulsos eletrônicos, que podem controlar uma série de aparelhos.

A equipe de cientistas disse que está explorando a "destreza incrível" da língua. A pesquisa foi publicada na revista científica Science Translational Medicine. A equipe da Georgia Institute of Technology percebeu que, devido à grande flexibilidade da língua, um piercing no órgão pode servir para propósitos bem mais ambiciosos do que o meramente decorativo.

Uma grande parte do cérebro é usada para controlar a língua, que tem mecanismos bastante sofisticados usados na fala. Essas partes ficam intactas mesmo em casos de lesão na espinha dorsal, que provocam a paralisia.

"Estamos investigando as capacidades inerentes da língua, que é uma parte tão incrível do corpo", disse o pesquisador Maysam Ghovanloo à BBC.

Precisão
O piercing do tamanho de um feijão produz um campo magnético que muda quando a língua se movimenta. Sensores colocados na bochecha conseguem detectar a posição precisa do piercing.

Em testes feitos com 23 pessoas sem qualquer tipo de paralisia e 11 tetraplégicos, seis posições diferentes dentro da boca foram programadas para mover uma cadeira de rodas elétrica ou controlar um computador. Por exemplo, quando a língua tocava o lado esquerdo da bochecha, a cadeira se mexia para a esquerda.
Em média, as pessoas tetraplégicas conseguiam desempenhar tarefas até três vezes mais rápido e com o mesmo nível de precisão, em comparação com outras tecnologias disponíveis hoje Foto: Reprodução / BBCBrasil.com
Em média, as pessoas tetraplégicas conseguiam desempenhar tarefas até três vezes mais rápido e com o mesmo nível de precisão, em comparação com outras tecnologias disponíveis hoje
Foto: Reprodução / BBCBrasil.com

Em média, as pessoas tetraplégicas conseguiam desempenhar tarefas até três vezes mais rápido e com o mesmo nível de precisão, em comparação com outras tecnologias disponíveis hoje.

Os pesquisadores querem desenvolver comandos colocados em cada um dos dentes da boca, possibilitando a criação de um número "ilimitado" de instruções, permitindo que tetraplégicos possam discar um número de telefone, mudar um canal de televisão ou até mesmo digitar uma mensagem.

"As pessoas serão capazes de fazer mais coisas e de forma mais eficiente", diz Ghovanloo. Ele disse que algumas pessoas mais idosas se recusaram a participar da experiência por terem restrições ao uso de um piercing na língua, mas que os mais jovens acharam a experiência "muito legal".

Os aparelhos testados estão disponíveis somente nos laboratórios. A equipe está estudando formas de aumentar a estabilidade da tecnologia, para conseguir aprová-la junto às autoridades americanas. Isso abriria a possibilidade de se comercializar a descoberta.

O diretor da instituição de pesquisas Spinal Research, Mark Bacon, disse que o objetivo principal da ciência deve continuar sendo a busca por formas de regenerar a espinha dorsal, mas que pessoas tetraplégicas podem se beneficiar muito com a tecnologia criada no laboratório.

"A língua é capaz de comandos tão sofisticados usados na fala que não existe motivo para não se usar esta versatilidade de movimento para controlar aparelhos de forma discreta."

Ele faz a ressalva de que é importante desenvolver mecanismos que protejam as pessoas de acidentes, quando a língua estiver sendo usada para atividades como comer, falar e engolir.

Fonte

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Médicos podem ver através da pele com óculos de raio X

oculos-raiox-medicos-atraves-pele-pacientes-discovery-noticias
Os óculos de raio X têm uma reputação duvidosa, sempre relegados às páginas da ficção científica ou às caixas de promoções da loja mágica do Mario. No entanto, um novo modelo de óculos agora permite que os médicos enxerguem através da pele dos pacientes: o Eyes-On Glasses System. Criado pela Evena Medical, uma empresa de tecnologia de imagem do Vale do Silício, o dispositivo permite encontrar veias de localização difícil para tratamentos intravenosos.
O visor, encaixado na cabeça, é equipado com tecnologia de imagem vascular, que enfermeiros e profissionais da área médica costumam transportar como um equipamento autônomo. O sistema projeta sobreposições de conteúdo digital no campo de visão do usuário.
“Estudos mostram que até 40% dos procedimentos intravenosos exigem múltiplas tentativas de localizar e acessar uma veia, o que não só desperdiça um tempo valioso da equipe de enfermagem como atrasa o tratamento, causando desconforto e insatisfação ao paciente”, afirma Frank Ball, presidente da Evena Medical, em um release.
“Com os óculos, os enfermeiros podem localizar com facilidade e rapidez os melhores veias para cada paciente — mesmo em ambientes clínicos desafiadores, como unidades pediátricas ou neonatais”.
Os óculos também dispõem de memória digital para verificação e documentação das condições da veia durante todo o período de internação do paciente. Além disso, recursos de telemedicina permitem que o sistema compartilhe imagens remotamente. O Eyes-On Glasses também pode interagir com prontuários médicos eletrônicos para uma documentação mais completa dos dados do paciente.
A Evena apresentou os óculos na Feira Internacional de Medicina de Dusseldorf, na Alemanha.

Fonte: Nic Halverson
Discovery Notícias

Nicolelis divulga primeiras imagens de exoesqueleto

Foto do exoesqueleto divulgada por Nicolelis. Dispositivo será controlado pelo pensamento
Foto do exoesqueleto divulgada por Nicolelis. Dispositivo será controlado pelo pensamento (Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis)
 
O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis divulgou nesta segunda-feira, em sua página do Facebook, as primeiras imagens do exoesqueleto, uma veste robótica controlada por pensamento, do Projeto Andar de Novo. Há mais de dois anos, Nicolelis anunciou que o dispositivo seria usado por um paciente tetraplégico para dar o pontapé inicial do jogo de abertura da Copa do Mundo no Brasil.
As fotografias, que, segundo o pesquisador, foram tiradas em Paris, mostram a imagem frontal e lateral do protótipo metálico preso a um boneco.
As primeiras pessoas a testar o exoesqueleto serão pacientes da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) da unidade Lar Escola São Francisco, na capital paulista. Os escolhidos serão jovens adultos com lesão medular incompleta, que ainda permite algum grau de locomoção. Um capacete com sensores vai captar a atividade elétrica cerebral de seu usuário, e transmiti-la para o exoesqueleto, que executará os movimentos.
Diferencial – A principal diferença entre o exoesqueleto desenvolvido por Nicolelis e outros já existentes é o "feedback tátil". O paciente que usar a veste robótica de Nicolelis pode sentir o chão e o peso do corpo ao pisar. Isso facilita muito o ato de andar.
A pesquisa de Nicolelis tem como linha geral a interface entre cérebros e máquinas. No último estudo divulgado, ele e sua equipe descrevem como conseguiram fazer com que macacos aprendessem a usar apenas a mente para controlar o movimento de duas mãos virtuais, exibidas na tela de um computador.

Pesquisador promete usar o dispositivo para permitir que um paciente tetraplégico dê o pontapé inicial do jogo de abertura da Copa do Mundo no Brasil

 Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"Circles of Life"

SILFOS
As músicas do novo CD do SILFOS, "Circles of Life" agora podem ser compradas digitalmente pelo site da Onerpm, algumas delas podem ser ouvidas no player deste Blog:
https://onerpm.com/#/disco/album&album_number=269787401

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Robô-verme remove tumores cerebrais

robo-larva-tumores-cerebaris-discovery-noticias
Vermes geralmente indicam decomposição e morte, mas inspiraram o protótipo de um robô que pode auxiliar neurocirurgiões a salvar vidas. Há quatro anos, a equipe de J. Marc Simard, professor de neurocirurgia da faculdade de medicina da Universidade de Maryland, Baltimore, está desenvolvendo um robô intracraniano que ajudará na remoção de tumores cerebrais.
Em forma de dedo mecânico, o robô possui múltiplas articulações que executam uma série de movimentos de sondagem. Com um instrumento de cauterização elétrica na extremidade, o robô aquece e destrói os tumores, enquanto um tubo suga os detritos. O robô também pode ser controlado remotamente enquanto o paciente permanece em um equipamento de ressonância magnética, oferecendo ao cirurgião uma excelente visão de tumores difíceis de localizar.
A invenção de Siemard foi inspirada em um programa de TV, em que cirurgiões plásticos usavam larvas esterilizadas para remover tecidos danificados ou mortos de um paciente.
“Era um sistema natural, que diferenciava o tecido bom do ruim”, explica Simard em um release. “Em outras palavras, as larvas removiam todo o tecido doente e deixavam apenas o sadio, e eram realmente pequenas. Imaginei que se uma coisa parecida removesse um tumor cerebral, seria um verdadeiro gol de placa”.
Além de reduzir o tamanho da incisão, o robô pode ser acionado por controle remoto sob a monitoração contínua do aparelho de ressonância, o que auxilia o cirurgião a definir os limites do tumor durante a cirurgia.
“Em uma operação convencional, realizamos uma ressonância magnética e usamos marcadores fixados no couro cabeludo ou no crânio para saber em que posição estamos no cérebro do paciente. Mas quando o cirurgião começa a remover o tumor, os tecidos mudam de lugar, de tal modo que os limites previamente estabelecidos já não existem mais, daí a necessidade de diferenciar o tecido normal de um tumor. É muito difícil determinar isso a olho nu, mas com a ressonância magnética, a capacidade de diferenciar os tecidos é muito maior”.
O protótipo que remove tumores ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento e exigirá extensos testes clínicos antes de chegar às salas de cirurgia.

Fonte: Nic Halverson
Discovery Notícias

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Células do olho podem ajudar a diagnosticar Mal de Alzheimer

Exame de vista | Crédito: AP
Cientistas acreditam que Mal de Alzheimer poderá ser diagnosticado junto com exame de vista
Alterações em células específicas da retina podem ajudar a diagnosticar e acompanhar a progressão do Mal de Alzheimer, segundo uma nova pesquisa conduzida por cientistas americanos.
O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que afeta os neurônios. Seu sintoma primário é a perda da capacidade de memória.
A equipe de pesquisadores descobriu que camundongos com a doença perderam espessura na camada das células oculares.
Como a retina é uma extensão direta do cérebro, eles acreditam que a perda de neurônios retinais pode estar relacionada à diminuição de células do cérebro devido ao Alzheimer.
As descobertas foram reveladas durante uma conferência de neurociência ocorrida nos Estados Unidos.
A equipe prevê que, futuramente, os oftalmologistas, munidos dos devidos aparelhos, consigam detectar o Mal de Alzheimer durante um exame de vista periódico.
Segundo o estudo dos cientistas, alterações nas células da retina também poderiam ajudar a detectar o glaucoma – que leva à cegueira – e que é considerado uma doença neurodegenerativa similar ao Alzheimer.
Scott Turner, diretor do programa de transtornos de memória do Centro Médico da Universidade Georgetown, nos Estados Unidos, afirmou: " A retina é uma extensão do cérebro, por isso faz sentido que os mesmos processos patológicos encontrados no cérebro de Alzheimer também sejam observados no olho. "
Turner e sua equipe analisaram a espessura da retina em uma área que anteriormente não havia sido investigada. O estudo incluiu camada nuclear interna e a camada de células ganglionares da retina (um tipo de neurônio encontrado na retina).
Eles concluíram que uma perda de espessura ocorreu apenas em camundongos com Mal de Alzheimer. A camada de células ganglionares da retina foi reduzida à metade de seu tamanho e a camada nuclear interna diminuiu em mais de um terço.
"Nossa descoberta sugere uma nova compreensão do processo da doença em seres humanos e pode levar a novas formas de diagnosticar ou prever a doença de Alzheimer que poderiam ser tão simples como um exame de vista", explicou Turner.

Não-invasivo

Turner acrescentou que, eventualmente, os tratamentos desenvolvidos para frear a progressão do Mal de Alzheimer também poderiam ser usados para tratar o glaucoma.
"Esperamos que isso se traduza em pacientes humanos e suspeitamos que o afinamento da retina, assim como o afinamento cortical, ocorre muito antes do início do processo de demência", disse Tuner à BBC News.
"Porém, estudos em humanos ainda são necessários para comprovar nossa tese. O problema é que os biomarcadores principais da doença de Alzheimer são muito caros ou invasivos. Já um exame minucioso da espessura da retina – por tomografia de coerência ótica – seria um procedimento barato e não-invasivo".
A causa do Mal de Alzheimer , uma das principais causadoras da demência, ainda é desconhecida.
Apesar de ainda não haver cura, médicos acreditam que o tratamento precoce do Alzheimer é a maneira mais eficaz para evitar a perda de memória, seu principal sintoma.
Para Laura Phipps, do Alzheimer Research UK, centro de pesquisa para a doença baseado no Reino Unido, há cada vez mais evidências ligando a perda de células da retina ao Mal de Alzheimer.
"Diagnosticar a doença de Alzheimer com precisão pode ser uma tarefa difícil. Por isso, é vital para continuar investindo em pesquisa para melhorar os métodos de diagnóstico", afirmou Phipps.

Fonte:
BBC

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Jovem usa máquina feita pelo pai para aprender a andar em Santa Isabel

Hugo usa a máquina pela quarta vez (Foto: Carolina Paes/ G1)
 Uma máquina de 2 metros de altura e cerca de 40 quilos ganhou lugar especial na casa do ambulante José Dimas da Silva, em Santa Isabel (SP). Para recebê-la foi preciso mudar os hábitos da família: onde antes era a sala virou quarto e vice-versa. “Foi bom ganhar um quarto novo. Aqui é mais bonito, arejado e me deixa mais perto da máquina”, diz o estudante Hugo Aparecido da Silva. Finalmente, um ano após o pai de Hugo, José Dimas, decidir criar uma máquina que ajudasse o filho a andar, o equipamento começou a ser usado pelo jovem de 16 anos.
Hugo nunca andou sozinho. Uma experiência que desde o começo de novembro está chegando cada vez mais perto de ser realizada. “Estou andando pela quarta vez já”, dá risada o estudante. “Nunca fiz isso. É gostoso e diferente, mas muito bom. Quero mais. Não imaginava que andar mexia todas essas partes”.  Aos 11 meses a família descobriu em Hugo uma paralisia cerebral, que afetou a parte motora dos membros inferiores do adolescente.
A ideia do simulador veio depois que o pai dele encontrou na internet um equipamento  feito na Argentina. Segundo José Dimas, um mecânico fez uma máquina parecida para o filho. Ele tentou comprar, mas custaria US$ 30 mil. Apesar de não ter habilidades práticas, o pai de Santa Isabel, tinha o mesmo combustível que o pai argentino: o desejo de ver o filho caminhando. Depois de alguns meses de trabalho, de investir R$ 2,5 mil e de contar com a ajuda de amigos, Dimas esperou ansioso para que o filho pudesse usar o aparelho.
O uso do equipamento só foi liberado depois que Hugo se recuperou de uma cirurgia feita no joelho, em julho deste ano. Só então as sessões de fisioterapia voltaram e o simulador pode ser testado.
O fisioterapeuta que acompanha Hugo, Silvio Massaki Igarasi, se impressionou com a história. “Nunca tinha visto algo assim sendo usado para caso de paralisia, em que não se tem uma resposta muscular. Foi a primeira vez. Normalmente usamos esse tipo de máquina em atletas para dar mais mobilidade. Não imaginava que alguém poderia fazer um estímulo mecânico e usar um motor para fazer a função do cérebro. Achei muito interessante”, diz.

Dimas não sai nem um só minuto do lado do filho durante fisioterapia (Foto: Carolina Paes/ G1) 
Dimas não sai nem um só minuto do lado do filho
durante fisioterapia (Foto: Carolina Paes/ G1)

Movimentando as pernas
O G1 acompanhou uma sessão e pode comprovar os efeitos do "cérebro mecânico" criado pelo pai, que tem apenas um sonho: ver o filho andar. “Com ela meu filho fez algo que nunca tinha feito na vida e isso que é importante. Já é um sonho realizado, o que vier é lucro. Estamos muito animados”, diz Dimas.
Já foram 15 sessões de fisioterapia, mas apenas há quatro o estudante tem usado o simulador. Além de ter que fazer alguns ajustes no equipamento, como a colocação de fivelas nas costas e pernas para dar mais segurança e conforto para Hugo, foi preciso cuidar de alguns detalhes antes de estrear a máquina. “O uso dela atrasou em um mês, pois tivemos que curar algumas feridas no corpo por ele ter ficado muito tempo deitado no pós-operatório. Além disso tivemos que fazer com que os joelhos dele dobrassem de novo com exercícios manuais”, explica o fisioterapeuta.
Desde que inventou o simulador, Dimas tinha receio do equipamento não ser aprovado. Um medo que dia a dia foi ficando cada vez mais distante. “Estava com medo dos médicos recusarem, mas toda a equipe olhou a foto que levei no dia da consulta e gostou. Ai você fica aliviado e contente. Depois disso minha esperança na máquina aumentou mais. Por alguns minutos achei que não iam aprovar”, lembra. A opinião do fisioterapeuta só confirmou as expectativas do ambulante. “Quando as sessões começaram aqui em casa perguntei para ele o que precisávamos para melhorar o Hugo. Ele respondeu muita caminhada. Ai mostrei a máquina.”
E em pouco tempo de uso todo o esforço já vem dando resultado. Hugo vem correspondendo bem ao tratamento sem dores na perna e com alguns efeitos positivos. “Nas últimas vezes ele está sentindo as pernas formingando, o que no caso dele é um sinal de que os nervos estão melhorando a sensibilidade. Depois disso vem o estímulo motor e a contração muscular. Ai estamos perto para ele conseguir andar”, diz Igarasi.
O fisioterapeuta ainda explica que tudo isso também depende das respostas do organismo e dos estímulos. É preciso muita persistência. “Tratar o Hugo é bom porque ele é um paciente motivado que tem força de vontade e procura sempre te ajudar quando precisamos dar uma reposta positiva. Além de tudo, ele tem força para vencer mais essa etapa da paralisia cerebral que é bem complicada. Nem todos os pacientes têm essas respostas que ele está tendo. Ele tem bons resultados apesar da doença  e chances de um dia andar sem muleta, mas é preciso muito estímulo. Não temos certeza que ele vai ter toda a recuperação que esperamos, mas depende da persistência”, afirma o fisioterapeuta.
De acordo com Igarasi isso deve acontecer pelo estímulo que a máquina causa na articulação do tornozelo, do joelho e do quadril. “Apenas com exercício manual não conseguimos isso. O estímulo da máquina é contínuo e ajuda na contração da musculatura. Esperamos então desenvolver mais a área motora do cérebro dele para desenvolver a marcha”, explica.
Mas para o pai essa resposta do corpo já é a faísca necessária para ele não parar. “ A resposta foi boa. Fico feliz. O formigamento é bom porque é um sinal que está mexendo algo lá. Está dando certo então”, afirma o ambulante.
Bem calmo e tranquilo, diferentemente do pai agitado, Hugo revela sua opinião sobre a nova 'queridinha da família'. “ Eu gostei de usar. Gosto de ficar nela. No começo tinha medo de cair”, desabafa. “Mas depois criei coragem e fui. A vontade de melhorar é maior. Quero sair da cama e devo isso a meu pai também. A sensação das pernas mexendo sozinhas, como se estivesse andando, é gostoso”.

Dimas e o filho orgulhosos dos resultados da máquina (Foto: Carolina Paes/ G1) 
Dimas e o filho orgulhosos dos resultados da máquina (Foto: Carolina Paes/ G1)

Liberdade
Três vezes na semana, de 20 a 30 minutos. Esse é o tempo permitido para Hugo usar o simulador.  A velocidade, segundo o fisioterapeuta, é baixa, de menos de 10 km/h. As sessões de fisioterapia começam sempre com a movimentação dos joelhos e um alongamento.
Mas apesar da máquina ser grande e cheia de cabos, botões, travas de segurança, guindaste e fivelas, Hugo não a larga por nada. “Eu gosto de andar nela e só não gosto quando tenho que sair. Quero sempre ficar mais”, diz. “Com ela, tenho a sensação de liberdade também porque ali estou caminhando sem as muletas. O Silvio pede que na hora que estou nela me imagine andando de verdade. Ai nessa hora penso que estou caminhando sozinho pela cidade. É um incetivo para ir mais rápido. Hoje acredito que isso possa ser possível mesmo e cada vez mais me orgulho do meu pai”, afirma Hugo.
E como não poderia deixar de ser, o ambulante, mecânico, pai, ganha mais uma função. Dessa vez ele vira assistente de fisioterapia e não para um só minuto. Mexe daqui. Levanta dali. Questiona o profissional. Anima o filho e olha para o canto da casa com a certeza de que os passos reais de Hugo não estão distantes de serem vistos. “Sofremos juntos e em cada vitória estamos unidos também. O que importa é ver o Hugo feliz e caminhando. Sei que isso não está longe e não posso parar.”

Fonte: G1


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Aulas de música na infância têm efeito duradouro para a mente

Os adultos que costumavam tocar algum instrumento na infância, mesmo que não façam mais isso há décadas, respondem mais rápido aos sons da fala, diz pesquisa. E quanto mais tempo praticando, mais rápido o cérebro fica.
A revista “The Journal of Neuroscience”, publicada semanalmente pela Sociedade de Neurociência, observou 44 pessoas entre 50 e 70 anos. Os voluntários ouviram uma sílaba da fala sintetizada, “da”, e enquanto isso os pesquisadores observavam a área do cérebro com processos de informação do som, o tronco encefálico.
Apesar de nenhum dos participantes terem tocado algum instrumento nos últimos 40 anos, os que estudaram música por um período entre 4 e 14 anos, começando na infância, responderam mais rápido aos sons do que os que nunca estudaram música.
Habilidades duradouras
Quando as pessoas crescem geralmente elas experimentam mudanças no cérebro que comprometem a audição. Por exemplo, a mente dos mais idosos demoram mais para responder a mudanças rápidas de sons, o que é importante para interpretar falas.
Pode ser que aprender a tocar um instrumento musical ainda na infância causa alterações na mente que não mudam mais ao longo da vida. Ou, de algum jeito a música clássica prepara a mente para o futuro aprendizado auditivo, dizem os pesquisadores.
Outra pesquisa da mesma equipe descobriu que os adultos mais jovens seriam melhores ouvintes se eles tivessem estudado algum instrumento quando criança. Os especialistas também acreditam que o treino musical, com ênfase nas habilidades de ritmo, exercitam o sistema auditivo.
Mas esses estudos são relativamente pequenos e não podem dizer com certeza se é apenas o treino musical que vai estimular esses efeitos. Mas é indiscutível que as crianças que tem a possibilidade de aprender a tocar instrumentos, o que pode ser bastante caro, talvez façam parte de uma parcela privilegiada da população e isso pode ser uma influência.
Comentando a pesquisa, Michael Kilgard, da Universidade do Texas, e que não estava envolvido nos estudos, disse que ser um milissegundo mais rápido pode não parecer muito, mas que o cérebro é muito sensitivo ao tempo e um milissegundo somado agravado sobre milhares de neurônios pode sim fazer diferença na vida dos adultos com idade avançada.
Fonte:  Redação Pais & Filhos

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Tradutor de linguagem de sinais dá nova voz aos surdos

tradutor-linguagem-sinais-voz-surdos-discovery-noticias
Até o momento, a melhor forma de preencher a lacuna de comunicação entre as pessoas surdas e as que podem ouvir era a linguagem de sinais. Agora, um novo tradutor dessa linguagem gestual, que converte os sinais para a língua falada e escrita – e vice-versa – pode abrir um novo leque de possibilidades para as cerca de 360 milhões de pessoas com deficiência auditiva em todo o mundo – e até para quem não entende a linguagem dos sinais.
Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores chineses, o tradutor usa um computador e uma câmera Kinect que reconhece gestos para fornecer aos não-surdos uma tradução falada e escrita em inglês e mandarim. Inversamente, o sistema converte as palavras proferidas por uma pessoa não-surda em sinais precisos, executados por um avatar na tela.
Segundo os pesquisadores, o tradutor é um protótipo eficiente e de baixo custo, que funciona em tempo real. Neste vídeo, os desenvolvedores preveem diversos usos para a nova tecnologia, como consultórios médicos e quiosques de aeroportos, que poderiam proporcionar aos surdos novas oportunidades de emprego e interação.
Em um esforço para ajustar os algoritmos do tradutor e coletar dados, um grupo de professores e estudantes da Universidade Union de Pequim aderiu ao projeto. Segundo o site Phys.org , uma jovem chamada Dandan Yin contou aos pesquisadores que o projeto realizou seu sonho de infância “ao criar uma máquina para as pessoas com deficiência auditiva”.
Além da universidade, a Microsoft Research Connections, a Academia Chinesa de Ciências e a Microsoft Research Asia fizeram contribuições fundamentais ao projeto.

Fonte: Nic Halverson
Discovery Notícias

Sete sinais de que o seu filho pode ter dislexia

Crianças com dificuldade de aprendizagem na escola podem ser vistas por pais e professores como desinteressadas e desleixadas. Mas as notas vermelhas talvez sejam sinal de dislexia, distúrbio que afeta a capacidade de ler e escrever. A condição afeta cerca de 5% da população brasileira, segundo o Instituto ABCD, organização social voltada a jovens com dislexia e outros problemas de aprendizagem.
Não há cura para a dislexia, que se manisfesta por herança genética e não se relaciona com distúrbios psicológicos. O tratamento, feito com fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos, costuma garantir uma vida normal aos portadores do transtorno. "A leitura e a escrita vão exigir esforço constante, mas a criança pode seguir sua vida escolar sem problemas", afirma Carolina Piza, pesquisadora e neuropsicóloga do Núcleo de Atendimento Infantil Interdisciplinar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "O desenvolvimento intelectual e a capacidade de comunicação não são afetados."
A neuropsicóloga explica que o diagnóstico de uma criança disléxica pode ser feito apenas a partir da alfabetização, quando um professor percebe que a evolução do aluno está aquém da esperada. Mesmo assim, é necessário que a criança seja submetida à análise de professores, psicólogos e fonoaudiólogos para diferenciar se ela tem dificuldades pontuais ou é disléxica.

Confira sete sinais de que seu filho pode ser disléxico: 
1.Leitura lenta e pouco fluente: Crianças com dislexia costumam demorar mais para ler do que aquelas sem o distúrbio. Isso porque elas têm dificuldade em identificar palavras e associá-las a seus sentidos. Sua leitura em voz alta costuma ser menos fluente do que a das outras crianças da mesma idade escolar.
2.Erros Ortográficos: A dislexia prejudica a consciência fonográfica, isto é, a habilidade de discriminar sons parecidos. Por isso, letras com pronúncias semelhantes, como V e F ou B e D, costumam ser trocadas na escrita, ocasionando erros ortográficos. Crianças disléxicas também têm dificuldade de memorizar regras de ortografia e até de juntar duas letras para formar uma sílaba simples.
3.Demora na construção de frases:  Pela dificuldade de formar palavras e atribuir significados a elas, os portadores do distúrbio costumam apresentar lentidão para construir frases. Muitas vezes, as sentenças têm sentido, mas são gramaticalmente incorretas, como "eu era com sono".
4.Dificuldade em seguir ordens longas: A memória operacional é conhecida popularmente como memória de curto prazo. É ela que acessamos ao anotar um número de telefone antes de esquecê-lo ou ao realizar operações matemáticas. A dislexia afeta essa memória. Por isso, ordens longas – como abrir um determinado livro em uma determinada página e fazer um determinado exercício – são um desafio para os disléxicos.
5.Escrita espelhada: Escrever palavras de trás para a frente, como se o texto tivesse sido colocado diante de um espelho, pode ser um sinal do distúrbio. A escrita espelhada decorre da dificuldade na formação de palavras e no aprendizado do alfabeto, presente nos disléxicos em idade escolar.
6.Falta de concentração: Disléxicos podem ter problemas de se concentrar em atividades que exijam atenção, como quebra-cabeças e jogos dos sete erros. O déficit de atenção se manifesta também na escola, durante as aulas.
7. Dificuldades com noções de tempo e espaço: Crianças disléxicas demoram mais do que as outras para adquirir noções temporais e espaciais, assim como a dominância de lados e os conceitos de direita e esquerda. Elas podem confundir “ontem e hoje” ou “acima e abaixo”.


Fonte: Revista Veja - Mariana Janjacomo

Homem com paralisia cerebral conta sua história

Ser portador de paralisia cerebral é sentença para se levar a vida completamente dependente dos outros e sem conquistas próprias. Certo? Errado! Para o contador Mauro Sérgio Langowski, de 37 anos, a afirmação é totalmente falsa e prova isto contando sua história de vida. Ele não só estudou, conquistou sua casa própria e se formou bacharel em Ciências Contábeis, como ganhou o 2.º lugar num prêmio científico do Conselho Estadual de Contabilidade.
Mauro tem paralisia cerebral de nascença, por problema no parto. Ele conta que viveu até os 21 anos em casa, numa colônia polonesa em Colombo, sob os cuidados da família, até que conheceu um grupo de amigos portadores de deficiência. Os amigos lhe mostraram que a vida de uma pessoa especial pode ter novos horizontes e o estimularam a estudar. Através de curso supletivo, fez os ensinos fundamental e médio e, no dia que pegou o diploma, já tinha sido aprovado no vestibular da Facinter para o curso de Ciências Contábeis. Fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguiu bolsa de estudos para custear a faculdade.
Por causa da deficiência, Mauro tem problemas na fala e anda de cadeira de rodas. Mas recebeu o apoio e o carinho de muita gente. Fez trabalhos e provas orais e, depois de quatro anos e meio de muita batalha, se formou com louvor no dia 30 de abril. Tirou nota 9,6 no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o que levou a coordenadora do curso, Viviane da Costa Freitag, a inscrever o trabalho num prêmio anual do Conselho Estadual de Contabilidade. O trabalho ficou
tão bom que Mauro ficou entre os 20 finalistas e conquistou o segundo lugar.

Dificuldades
Mauro nunca andou e depende de cadeira de rodas para se locomover. Na época em que ainda fazia faculdade, apesar de já ter comprado sua casa no Tatuquara, teve dificuldades para andar pelas ruas esburacadas e sem asfalto, o que resultou na quebra de algumas cadeiras. Para evitar o deslocamento tão longo e os consertos e compras de novas cadeiras, conseguiu um quarto na Casa do Estudante Universitário (CEU), onde morou até o final do curso universitário.
Mauro se orgulha em fazer quase tudo sozinho. As poucas coisas que ele não consegue fazer são comer sozinho, escrever usando caneta e fazer a barba. “O resto eu faço tudo sozinho, sem a ajuda de ninguém”, disse o contador.

Fonte: