quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cientistas identificam área cerebral que ajuda a tomar decisões

Cérebro
Conexões de diversas partes do cérebro com o córtex frontal mostram como os humanos aprendem com as decisões que não tomaram e dá pistas de por quais motivos nós falamos e os macacos não (Thinkstock)
Uma nova área cerebral, identificada apenas em humanos, parece ser a responsável por nos ajudar a mudar de ideia quando percebemos que fizemos a pior escolha. Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, encontraram no cérebro humano uma região do córtex frontal que não tem atividade equivalente em macacos. Essa área, envolvida no planejamento estratégico, tomada de decisão e execução de múltiplas tarefas, também monitora o quanto são interessantes as oportunidades perdidas.
"Achamos que ter a capacidade de planejar o futuro, ser flexível nas escolhas e aprender com os rumos que não seguimos são coisas impressionantes nos homens. Identificamos uma área no cérebro que parece ser exclusivamente humana e que, provavelmente, tem a ver com essas habilidades cognitivas", afirmou Matthew Rushworth, um dos autores do estudo que será publicado na edição de fevereiro do periódico Neuron.

O objetivo da pesquisa era encontrar semelhanças e diferenças no córtex frontal ventrolateral de humanos e macacos. Essa região, envolvida em processos cognitivos sofisticados do homem, como a linguagem e a capacidade de projetar ações futuras, só existe em humanos e outros primatas.
Para analisar de que forma ele funciona e se conecta a outras partes do cérebro, os cientistas submeteram 25 voluntários a ressonâncias magnéticas. Depois de ver em detalhes as conexões de cada parte do córtex frontal ventrolateral, identificaram doze áreas em que ele funcionava de maneiras diversas.

Na segunda etapa, os pesquisadores repetiram o procedimento em 25 macacos. Em vez das doze regiões encontradas nos humanos, havia onze. "Isso pode estar relacionado à capacidade do homem em ser particularmente bem sucedido em tarefas que requerem planejamento estratégico e tomada de decisão", afirmou Franz-Xaver Neubert, principal autor do estudo.
Origem da fala – Outra diferença importante entre o cérebro de homens e macacos é a área ligada ao sistema auditivo de ambos. Nos humanos, as partes do cérebro que ajudam a compreender as palavras faladas são intensamente conectadas ao córtex frontal ventrolateral. Nos macacos, além de mais raras, as ligações do sistema auditivo são feitas com partes do cérebro ligadas a respostas emocionais e sociais. Essa pode ser uma das explicações de por que os homens falam e os macacos não.

Fonte: Veja

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Musicoterapia ajuda jovens com câncer a lidar com tratamento

CDs
Pesquisadores da Indiana University School of Nursing, em Indianapolis, nos Estados Unidos, acompanharam um grupo de pacientes com idades entre 11 e 24 anos enquanto participavam de um projeto que envolvia escrever letras, gravar música e selecionar imagens para fazer um videoclipe.
A equipe concluiu que os pacientes tornaram-se mais resilientes e melhoraram seus relacionamentos com a família e amigos.
O termo resiliência, nesse contexto, se refere à capacidade dos participantes de se ajustarem positivamente aos estresses e efeitos adversos do tratamento que estavam recebendo.
Segundo o site da American Music Therapy Association, musicoterapia é uma prática terapêutica em que profissionais qualificados usam música para auxiliar indivíduos a lidar com questões físicas, emocionais, cognitivas e sociais.

Efeito Positivo

Os participantes foram orientados por musicoterapeutas profissionais. O projeto, que durou três semanas, culminou na produção de videoclipes que, quando prontos, foram compartilhados com amigos e familiares.
Os pesquisadores concluíram que o grupo que participou do projeto de musicoterapia demonstrou mais resiliência e capacidade de suportar o tratamento do que um outro grupo que não recebeu musicoterapia.
Cem dias após o tratamento, o mesmo grupo relatou que a comunicação na família e os relacionamentos com amigos tinham melhorado.
"Esses 'fatores protetores' influenciam a forma como adolescentes e jovens adultos lidam (com o câncer e o rigoroso tratamento), ganham esperança e encontram sentido (para suas vidas) durante a jornada do câncer", disse a líder do estudo, Joan Haase.
"Adolescentes e jovens que são resilientes têm a capacidade de superar sua doença, sentem-se em controle e autoconfiantes pela forma como lidaram com o câncer e mostram um desejo de ajudar o outro".
Entrevistas com os pais dos pacientes revelaram aos pesquisadores que os videoclipes tinham produzido um benefício adicional, oferecendo aos pais uma melhor compreensão sobre como é a experiência de crianças que sofrem de câncer.

Estresse e Ansiedade

Uma das musicoterapeutas envolvidas no estudo, Sheri Robb, explicou por que música pode ter um efeito tão positivo sobre jovens lutando contra o câncer:
"Quando tudo parece incerto, canções que ele conhecem e com as quais se identificam fazem com que se sintam conectados".
Segundo a ONG britânica Cancer Research UK, musicoterapia pode diminuir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem de câncer. A terapia também pode ajudar a aliviar alguns sintomas do câncer e efeitos colaterais do tratamento - mas não pode curar, tratar ou evitar doenças, inclusive o câncer.
Estudos anteriores que investigaram os efeitos da musicoterapia sobre crianças com câncer concluíram que a atividade pode ajudar a diminuir o medo e a angústia, além de melhorar os relacionamentos da criança com a família.
A portavoz de uma entidade que oferece apoio a adolescentes com câncer e suas famílias - o Teenage Cancer Trust - disse que é muito importante incentivar crianças com câncer a se comunicar e cooperar umas com as outras.
"Sabemos que ser tratado ao lado de outros (pacientes) da mesma idade faz uma diferença imensa, especialmente em um ambiente que permita que jovens com câncer ofereçam apoio uns aos outros".

Fonte: BBC

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Nova tecnologia de próteses pode mudar a vida de amputados

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No dia 15 de julho de 2012, em uma missão de reconhecimento de rotina na província de Helmand no Afeganistão, o Marine, Sargento James Sides, estendeu a mão direita para pegar uma bomba. O dispositivo explosivo improvisado detonou. Sides ficou cego do olho esquerdo e perdeu o braço direito logo abaixo do cotovelo.
Depois de uma longa recuperação no Walter Reed National Military Medical Center, o técnico em desarmamento bélico, aprendeu a usar uma mão protética. Em seguida, 11 meses depois, ele voltou para o hospital – desta vez, para colocar um implante cirúrgico, que poderia representar o futuro das próteses.
Os sensores mioelétricos implantados (IMES – implanted myoelectric sensors) no braço direito de Sides podem “ler” seus músculos e traduzir “pretensões de movimentos” em movimentos reais.
O sistema IMES, como seus desenvolvedores estão chamando, pode ser o primeiro controlador multi-canal implantado para próteses, que permite vários movimentos ao mesmo tempo. Sides é o primeiro paciente em um estudo que pretende passar pela aprovação do FDA, entidade do governo americano que regula, entre outras coisa, procedimentos médicos.
O sistema usa os músculos que ainda restaram no braço amputado e com uma meia-dúzia de eletrodos capta seus sinais.
Os minúsculos eletrodos de platina e irídio, tem cerca de 0,66 centímetros de comprimento e um décimo de uma polegada de largura, e são incorporados diretamente no músculo do paciente.
Eles são alimentados por indução magnética, então não haveria necessidade de trocar as baterias, essa foi uma parte do desenvolvimento crucial para torná-lo fácil de usar.
Ele traduz sinais musculares em ações mecânicas em menos de 100 milissegundos. Segundo Sides, é tudo instantâneo: “É exatamente como se eu ainda tivesse uma mão.”

Por Alexandre Ottoni e Deive Pazos
Fonte:
Discovery Notícias

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Britânica relata drama de filho com desordem rara de ‘olhos dançantes’


Foto: Arquivo Pessoal de Nicola Oates
Thomas já fez passou por cirurgia para melhorar a visão
A britânica Nicola Oates não desconfiava que o jeito desastrado de seu filho, Thomas, quando bebê, fosse sinal de um problema em seus olhos.
À medida que o pequeno ia crescendo, a situação ficou mais problemática. Ele tropeçava em qualquer objeto que estivesse no chão e começou a ficar atrasado em relação às outras crianças na escola.
Thomas também desenvolveu o hábito de virar a cabeça para a direita, apontando o queixo para baixo, quando tentava olhar para algo.
"Aquilo era muito estranho", afirmou Nicola, que mora com o filho na região de Midlands, área central da Inglaterra.
"Quando ele estava andando, acabava trombando com paredes, cadeiras, pessoas... tudo", acrescentou.
Nicola explica que virar a cabeça e outros comportamentos estranhos eram as formas que Thomas encontrou de "parar a oscilação dos olhos", um sintoma de uma desordem incurável que causa o movimento dos olhos chamada nistagmo.
Chamada de doença dos "olhos dançantes" devido aos movimentos incontroláveis nos olhos, o nistagmo também é responsável pelo surgimento de muitos problemas de visão com o passar do tempo.

Visão estroboscópica

Jay Self, pediatra oftalmológico no Hospital Geral de Southampton e palestrante em oftalmologia genética na Universidade de Southampton, afirma que é muito importante descobrir mais sobre a doença, que afeta uma em cada mil pessoas na Grã-Bretanha.
"Pode afetar a vida toda de uma pessoa, que pode ser de 80 a 90 anos, a vida no trabalho, família e gerações futuras", disse.
O médico descreve o nistagmo como uma visão estroboscópica, o que faz com que as crianças tenham dificuldade em ver objetos em movimento e sejam lentas no reconhecimento de rostos.
Segundo John Sanders, do grupo de apoio britânico especializado neste problema, o Nystagmus Network UK, poucos adultos com a desordem podem dirigir e a maioria tem dificuldades na vida cotidiana, educação e também para conseguir emprego.
As pessoas afetadas pelo nistagmo também têm problemas em situações normais da vida social, pois elas não conseguem ver os sinais que podem ser percebidos nos rostos de outras pessoas.
No entanto, estas dificuldades nem sempre são detectadas em exames de olhos tradicionais e a verdadeira extensão dos problemas de visão nunca é totalmente investigada.
O caso de Thomas é um destes exemplos: ele não é classificado como portador de deficiência visual pois ele consegue ler a tabela para exames oftalmológicos.
Foto: Arquivo Pessoal de Nicola Oates
Thomas vira a cabeça para conseguir enxergar melhor
Apesar disso, o menino que agora tem oito anos, precisa de ajuda de luzes especiais e lentes para ajudá-lo na leitura, e ele também precisa de um corrimão para conseguir se movimentar dentro de casa.
Quando Thomas está em casa ele usa óculos com lentes azuis para proteger os olhos e por volta das sete da noite, já está exausto devido ao esforço que fez durante todo o dia para conseguir enxergar direito.
"É muito difícil para ele. Ele não consegue avaliar a distancia das coisas. Mesmo quando me abraça, ele precisa ficar nos meus pés para descobrir onde estou", afirmou Nicola.

Pesquisa e tratamento

No novo centro de pesquisa para crianças com problemas de visão, Jay Self já começou a analisar centenas de genes para descobrir sobre as causas do nistagmo.
O problema aparece logo depois do nascimento.
O cientista quer desenvolver um teste genético simples para crianças com o problema, que permitirá um diagnóstico rápido e preciso.
Self também quer usar medidas visuais do mundo real ao invés dos testes e tabelas tradicionais para avaliar os problemas de visão causados pela doença.
E tudo isto vai significar que as crianças com nistagmo poderão receber tratamentos específicos e sob medida.
Mas, mesmo ainda sem os tratamentos específicos, Self afirma que há algumas medidas simples que podem ajudar estudantes com nistagmo.
Entre elas está conseguir o apoio de um professor que tenha conhecimentos sobre problemas de visão e colocar a criança sentada no lado da sala que mais favoreça seu campo de visão.
No caso de Thomas, a falta destes tratamentos e formas específicas de diagnóstico, atrasaram os procedimentos.
Os movimentos nos olhos do menino foram notados por um familiar quando ele tinha cerca de oito meses. Mas ele só foi encaminhado para um centro de tratamento especializado quando completou cinco anos de idade.
Thomas passou por uma operação para melhorar a visão e provavelmente passará por outra em 2014.
Nicola notou melhora, mas o filho ainda vira a cabeça para ver onde está andando.
"Não sei o quanto a visão dele está ruim, pois para ele é normal, nasceu com isso e não sabe a diferença", disse.
Mas ela decidiu levantar mais questões a respeito da doença e defender o filho.
"Por que ele precisa passar por dificuldades? Ele merece mais..."

Fonte: BBC

‘Choque’ reduz os males do Parkinson

 
Estudo realizado pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis mostrou que a aplicação de choques na medula espinhal pode diminuiu tremores causados pelo Mal de Parkinson.
Durante seis semanas, foram aplicados nas cobaias estímulos elétricos duas vezes por semana, em sessões de 30 minutos. A técnica reduziu também danos na locomoção de camundongos com a doença e protegeu os neurônios. A terapia pode ser uma alternativa aos medicamentos, que têm efeitos colaterais.
A pesquisa é feita, desde 2009, pelo departamento de medicina da Universidade Duke, nos Estados Unidos. O dispositivo já foi testado em 19 pessoas com a doença. Uma das ‘cobaias’ humanas usou o aparelho por dois anos e, segundo Nicolelis, apresentou melhora nos tremores e na locomoção.
De acordo com o cientista, ainda este ano, a Universidade de São Paulo (USP) deve testar a técnica.

Fonte: O Dia

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Estudo afirma que cérebro de idosos não sofre declínio cognitivo

“O cérebro de pessoas mais velhas não fica fraco, ele apenas sabe mais”, afirma autor do estudo
Uma nova pesquisa realizada na Alemanha desafia a conhecida noção de que o cérebro humano sofre um declínio cognitivo com o passar dos anos. Segundo os autores, o que acontece é que uma pessoa idosa armazenou uma quantidade maior de informações ao longo da vida, e por isso o cérebro leva mais tempo para processá-las – mas a sua capacidade permanece igual.
O estudo, publicado no periódico Topics in Cognitive Science, critica os métodos de avaliação das habilidades cognitivas utilizados nas pesquisas atuais, que mostram a existência de um declínio na atividade cerebral. "O cérebro humano trabalha mais devagar na idade avançada, mas apenas porque nós armazenamos mais informação ao longo do tempo", afirma Michael Ramscar, pesquisador da Universidade de Tubinga, na Alemanha, e principal autor do estudo.
Vale uma comparação com computadores: assim como os humanos, esses sistemas são feitos para absorver certa quantidade de informação diariamente. Se os pesquisadores deixam um computador aprender apenas certa quantidade, ele funciona de forma semelhante ao cérebro de um jovem. Mas se o mesmo computador for exposto a uma quantidade e informações correspondendo àquela com a qual nos deparamos ao longo de uma vida, seu desempenho será como o de uma pessoa idosa. A capacidade do sistema não muda, mas uma quantidade maior de dados leva mais tempo para ser processada.
"Imagine uma pessoa que sabe de cor dois aniversários e sempre os lembra com perfeição. Você acha que essa pessoa tem uma memória melhor do que aquela que sabe os aniversários de 2 000 pessoas, mas acerta 'só' nove de dez tentativas?", questiona o pesquisador.

Sem esquecimento – Realizando testes com computadores, os cientistas perceberam que, para replicar os resultados obtidos com humanos mais velhos, era necessário manter a mesma capacidade de processamento, e acrescentar uma quantidade de palavras no banco de dados tão grande quanto um adulto aprende ao longo da vida. Para Ramscar, isso mostra que os conteúdos aprendidos não são esquecidos.
Os resultados também ajudam a explicar os problemas que pessoas mais velhas costumam ter em se lembrar dos nomes das pessoas. Segundo os autores, existe uma variedade muito maior de nomes atualmente do que há duas gerações. Essa mudança cultural aumenta a quantidade de nomes que uma pessoa aprende ao longo da vida, de forma que localizá-los na memória se torna mais difícil na idade avançada do que costumava ser – até mesmo para os computadores.
Os pesquisadores concluem que testes cognitivos diferentes são necessários para avaliar pessoas mais velhas, levando em consideração a natureza e a quantidade de informações que seu cérebro precisa processar. "O cérebro dos idosos não fica fraco. Pelo contrário, ele apenas sabe mais", afirma Ramscar.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The Myth of Cognitive Decline: Non-Linear Dynamics of Lifelong Learning

Onde foi divulgada: periódico Topics in Cognitive Science

Quem fez: Michael Ramscar, Peter Hendrix, Cyrus Shaoul, Petar Milin e Harald Baayen

Instituição: Universidade de Tubinga, na Alemanha

Resultado: Os pesquisadores concluíram que, na idade avançada, o cérebro não perde capacidade, mas apenas leva mais tempo para processar toda a informação armazenada.

Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Cientistas descobrem que os dois lados do cérebro são usados na fala

A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala
A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala (Thinkstock)
Um novo estudo mostrou que os dois hemisférios do cérebro são utilizados para produzir a fala, e não apenas o esquerdo, como acreditavam os cientistas. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira, na revista Nature. Segundo os autores, a descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de melhores métodos de reabilitação para problemas na fala causados por derrames ou ferimentos cerebrais.
Para isso, foram selecionados participantes com epilepsia que já utilizavam esses eletrodos como parte de seu tratamento. Durante o estudo, os voluntários deveriam ler algumas palavras sem significado (como "kig" ou "pob") enquanto tinham sua atividade cerebral analisada. A escolha desses termos foi feita para separar a fala do idioma, e analisar apenas as partes do cérebro envolvidas na produção de sons - e não na atribuição de sentido a eles. Os resultados mostraram que os dois lados do cérebro eram utilizados durante a fala, o que a caracteriza como uma atividade bilateral.
"Com mais conhecimento sobre a relação entre o cérebro e a fala, podemos desenvolver maneiras de ajudar pessoas que estão tentando recuperar danos causados por um derrame ou acidente que resulte em danos ao cérebro", afirma Bijan Pesaran, professor da Universidade de Nova York e principal autor do estudo. Segundo o pesquisador, a partir disso pode ser possível desenvolver métodos de reabilitação que não envolvam um idioma específico.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sensory–motor transformations for speech occur bilaterally

Onde foi divulgada: periódico Nature

Quem fez: Gregory B. Cogan, Thomas Thesen, Chad Carlson, Werner Doyle, Orrin Devinsky e Bijan Pesaran

Instituição: Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e outras

Resultado: Os pesquisadores descobriram que os dois lados do cérebro são utilizados para produzir a fala
A pesquisa foi realizada com dados obtidos por meio de eletrodos implantados no cérebro de pacientes.

Fonte: Revista Veja

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

'Bolinhas grudentas' podem impedir avanço do câncer


Células de câncer Hela | Foto: AP
Experimento causou a morte de células de câncer na corrente sanguínea
Estudos preliminares sugerem que "bolinhas grudentas" desenvolvidas por cientistas podem destruir células cancerígenas no sangue, impedindo que a doença se espalhe.
O estágio mais perigoso - e frequentemene fatal - de um tumor é a metástase, quando ele se espalha pelo corpo.
Cientistas na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveram nanopartículas que permanecem na corrente sanguínea e matam células do câncer ao ter contato com elas.
Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os cientistas afirmam que o impacto do tratamento é "dramático", mas que "há muito trabalho a ser feito".
Um dos principais fatores da expectativa de vida após o diagnóstico de câncer é se o tumor se espalhou ou não.
"Cerca de 90% das mortes por câncer estão relacionadas com metástases", disse o professor Michael King, responsável pelo estudo.

Agentes

A equipe de Cornell criou nanopartículas que transportam a proteína Trail (que também significa "trilha"), que tem a capacidade de matar o câncer e já era utilizada em tratamentos experimentais, além de outras proteínas "grudentas".
Quando estas pequenas esferas eram injetadas no sangue, se agarravam aos leucócitos, ou células brancas.
Testes mostraram que na corrente sanguínea, os leucócitos "esbarravam" com as células cancerígenas que se desprendiam do tumor principal e viajavam pelo organismo.
Mas as células de câncer morriam em contato com a proteína Trail, grudada nas células brancas.
"Os dados mostram um efeito dramático: não é só uma pequena mudança no número de células de câncer", disse King à BBC.
"Os resultados na verdade são extraordinários, em sangue humano e em camundongos. Após duas horas de fluxo sanguíneo, elas (as células do tumor) desintegraram-se literalmente."
King acredita que as nanopartículas poderão ser usadas antes da cirurgia ou da radioterapia, que podem resultar em células se desprendendo do tumor principal.
O tratamento também poderia ser usado em pacientes com tumores muito agressivos, para prevenir que eles se espalhem.
No entanto, ainda é necessário realizar diversos testes de segurança em camundongos e animais maiores para que aconteça um teste clínico em humanos.
"Há muito trabalho a fazer. Ainda é preciso fazer muitas descobertas antes de que isto possa beneficiar os pacientes", afirmou King.
Até agora, os dados indicam que o sistema não tem um "efeito dominó" no sistema imunológico e não danifica outras células sanguíneas ou o revestimento dos vasos sanguíneos.

Fonte:

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Massagear gengiva do bebê alivia dor do nascimento do dente

Os sintomas são clássicos: irritação, dor e coceira na gengiva e o bebê começa a levar tudo para a boca para aliviar essa sensação. Com os dentinhos nascendo, o maior objetivo da mãe é amenizar o desconforto do filho. 

Especialistas sugerem mordedores, de preferência que possam ser colocados na geladeira, pois o gelado melhora os sintomas. “Alimentos mais consistentes como a cenoura e a maçã ajudam nesse processo, mas as mamães devem ficar atentas para que os bebês não se engasguem”, diz a odontopediatra Cristiane Allegretti. 

Segundo a dentista, fórmulas homeopáticas também trazem bons resultados com, tanto para dor quanto para irritação do bebê.

E para quem já está acostumada com as massagens para cólica, pode usar a mesma técnica nas gengivas dos pequenos. 

- Aplicando um pouco de pressão, mova o dedo para frente e para trás sobre a gengiva. 

- Caso não esteja machucando, deixe-o fechar a boca para aliviar o desconforto. 

- Lembre-se de lavar bem as mãos antes de fazer a massagem.

- Se preferir, use uma gaze umedecida em volta do dedo. 

- Uma toalha de rosto úmida é outra alternativa para massagear a gengiva do bebê. 

- Repita as massagens quantas vezes forem necessárias durante o dia.

Fonte: Terra

Pesquisadores de Cambridge dizem ter rompido barreira que protege células cancerígenas em camundongos


Douglas Fearon / Universidade de Cambridge
À esquerda, células de câncer no pâncreas aparecem em verde. Após o tratamento de seis dias (direita), elas desapareceram

Após identificarem como funciona a barreira protetora que circunda os tumores, os cientistas desenvolveram uma droga que consegue rompê-la, permitindo que o sistema imunológico do corpo mate as células cancerígenas.
Testes iniciais do tratamento - que consiste em doses do medicamento combinadas com uma substância que potencializa a ação das células de defesa do organismo - resultaram na eliminação quase total do câncer em camundongos em seis dias.
As conclusões foram divulgadas na publicação científica americana PNAS. De acordo com a Universidade de Cambridge, é a primeira vez que um resultado como esse é alcançado em pesquisas sobre o câncer de pâncreas.
Caso seja bem-sucedido, o tratamento também poderia ser usado em outros tipos de tumores sólidos - como em casos de câncer de pulmão e câncer de ovário.

O câncer de pâncreas, um dos mais letais, é a oitava causa mais comum de mortes por câncer no mundo. Ela afeta homens e mulheres igualmente e é mais frequente em pessoas com idade acima dos 60 anos.
De acordo com o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, a doença deixou mais de 7,7 mil mortos no Brasil em 2011.

Ultrapassando o escudo
A nova pesquisa, liderada pelo professor Douglas Fearon, observou que a barreira em volta das células do câncer é formada pela proteína quimiocina CXCL12, que é produzida por células especializadas do tecido conjuntivo - responsável por unir e proteger os outros tecidos.
A proteína envolve as células do câncer e forma uma espécie de escudo contra as células T - que fazem parte do sistema de defesa do organismo.
O novo tratamento impede que as células T interajam com a proteína CXCL12. Dessa forma, o "escudo" deixa de funcionar e as células conseguem penetrar no tumor.
"Ao permitir que o corpo use suas próprias defesas para atacar o câncer, essa solução tem o potencial de melhorar muito o tratamento de tumores sólidos", disse Fearon.
De acordo com a Universidade de Cambridge, ainda não há data para testes clínicos em seres humanos.
Por apresentar poucos sintomas em seus estágios iniciais, o câncer pancreático costuma ser diagnosticado somente em estágio mais avançado. O fundador da Apple, Steve Jobs, e o ator americano Patrick Swayze estão entre as vítimas famosas da doença.

Fonte: BBC

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vitamina E ajuda a frear avanço da demência, diz estudo

Suplementos (Arquivo/PA)
A vitamina E é encontrada em alimentos como ovos, nozes e óleos
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos sugere que uma dose diária de vitamina E pode ajudar pessoas com demência.
No estudo, os cientistas do hospital Minneapolis VA Health Care System, da cidade de Mineápolis (norte dos EUA), descobriram que pessoas que apresentavam quadros leves a moderados do Mal de Alzheimer e que tomaram altas doses de vitamina E apresentaram uma desaceleração do declínio causado pela doença em comparação às pessoas que receberam placebo.
A melhoria foi constatada em atividades do cotidiano como realizar tarefas de higiene pessoal, participar de uma conversa ou se vestir. Além de conseguir realizar essas tarefas por mais tempo, os pacientes que tomaram a vitamina precisaram de menos ajuda de cuidadores.
Por outro lado, a pesquisa não demonstrou uma melhoria ou desaceleração em um efeito crucial do Alzheimer, a perda de memória.

Grupos

O estudo, realizado por pouco mais de dois anos, envolveu 613 pacientes com Alzheimer em estágio inicial ou moderado, com em média 79 anos e em sua maioria homens.
Eles foram dividos em grupos que receberam ou uma dose diária de vitamina E, ou uma dose do remédio para demência conhecido como memantina, ou uma combinação de vitamina E e memantina, ou ainda um placebo.
Os pesquisadores descobriram que os participantes que receberam a vitamina E tinham um declínio funcional mais lento do que os que recebiam o placebo. A taxa anual de declínio de funções foi reduzida em 19%.
"Não é um milagre ou, obviamente, uma cura", disse o líder da pesquisa, Maurice Dysken. "O melhor que conseguimos neste momento é diminuir a taxa de avanço da doença."
Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação especializada Journal of the American Medical Association (Jama).

Consulta ao médico

Doug Brown, diretor de pesquisa e desenvolvimento da organização britânica Alzheimer Society, que dá apoio a pessoas com demência, analisou a pesquisa americana e afirmou que os tratamentos que podem ajudar as pessoas com demência a realizarem tarefas cotidianas são muito importantes para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas com o problema.
Mas, Brown acrescentou que é preciso fazer mais pesquisas para verificar se a vitamina E tem mesmo benefícios para as pessoas que sofrem com algum tipo de demência e se é seguro tomar uma dose tão alta diariamente.
"É de importância vital que as pessoas sempre procurem aconselhamento do médico antes de começar a tomar estes suplementos", disse.
"Neste caso, a dosagem de vitamina E tomada pelos participantes (da pesquisa) foi muito mais alta do que a dose diária recomendada e foi a um nível que pode ser significativamente prejudicial para alguns."
Eric Karran, diretor de pesquisas da organização britânica Alzheimer Research UK, que financia estudos sobre a demência, destaca que a nova pesquisa não indicou uma melhora na memória ou na habilidade intelectual dos pacientes que tomaram a vitamina.
Para Karran, ainda é muito cedo para recomendar a vitamina E como tratamento.
"Até que as descobertas desta pesquisa tenham sido reproduzidas, nós não aconselharemos as pessoas a tomar doses altas de suplementos de vitamina E para tentar evitar ou tratar Alzheimer."
"Se as pessoas estão preocupadas com o consumo de vitaminas ou com a dieta, elas devem consultar um médico", disse.

Fonte: BBC

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Mãe usa Internet para fazer diagnóstico de filha com síndrome rara

Amy e Jayne Hughes | Crédito: BBC
Jayne Hughes descobriu síndrome rara da filha pela Internet
A britânica Jayne Hughes passou décadas tentando descobrir a doença que acometia sua filha, Amy. Aos 22 anos, a jovem mede cerca de 1,20 metro, altura equivalente à de uma menina com menos da metade da sua idade.
Além da baixa estatura, ela também tem dificuldades na fala e apresenta sinais de demência.
Cansada dos diagnósticos inconclusivos, Jayne tomou uma decisão considerada para muitos médicos precipitada, mas que, ao final, se provou útil: buscou na Internet casos semelhantes aos de suas filhas.
Navegando na rede, ela se deparou com imagens de outras crianças com olhos profundos e feições semelhantes às da jovem.
As características sugeriam se tratar de uma doença raríssima: a síndrome de Cockayne.
"Quando eu encontrei a síndrome de Cockayne na internet, havia algumas fotos de crianças e todas se pareciam com ela", diz Jayne.
"Então eu imprimi as fotos e, quando meu pai apareceu, falei: 'Dê uma olhada nisso'. Ele perguntou quando eu havia tirado aquelas fotos de Amy e eu disse que não eram dela", conta.
"Foi naquele ponto que eu pensei: é isso, definitivamente é isso que ela tem", afirma.
Jayne brinca que apenas recentemente aprendeu os comandos de 'copiar' e 'colar', mas tem na Internet um aliado poderoso, sem o qual seu martírio não teria fim.
"Eu não conseguia descansar ou dormir, não conseguia cuidar do meu outro filho. Sem a internet, eu estaria perdida", afirma.
Agradecida pela ajuda da rede, ela decidiu criar um site chamado Amy and Friends ("Amy e amigos", em tradução livre), que apoia 1,5 mil outros jovens pelo mundo afetados pela mesma síndrome.

'Cibercondria'

Como Jayne, milhares de pessoas estão recorrendo à internet em busca de diagnósticos para transtornos e doenças.
A prática cresceu tão fortemente nos últimos anos que médicos já alertam para seus riscos, especialmente entre aqueles que, mesmo sem nenhum sintoma aparente, passam horas conectados à rede para buscar curas para doenças que não têm.
O transtorno já tem nome: cibercondria, a "hipocondria virtual", segundo psiquiatras do centro de saúde mental da fundação Imperial College Healthcare de Londres, que gerencia cinco hospitais na capital britânica.
Para o professor Peter Tyer, "quatro em cada cinco pacientes com hipocondria passam horas na Internet".
Segundo ele, a cibercondria está em alta. Uma pesquisa desenvolvida por Tyer sobre o assunto foi recentemente publicada na revista médica Lancet.
Mas há uma boa notícia: o problema pode ser tratado efetivamente com terapia.
"Uma das primeiras coisas que fazemos no tratamento é pedir para os pacientes pararem de navegar pela Internet", diz Tyrer.
"Outra coisa é sugerir que eles façam diários. Via de regra, as anotações mostram que toda vez que eles usam a Internet, a sua ansiedade aumenta".
"O problema é que a Internet contém todo o conhecimento que você precisa ter – mas não oferece nenhuma avaliação disso", acrescenta.

Reação dos médicos

É consenso que a tecnologia pode ajudar a resolver grandes problemas de saúde.
Mas a forma como ela vem sendo utilizada é motivo de preocupação da maioria dos médicos.
Christian Jessen – clínico-geral, apresentador de TV e usuário voraz da rede social Twitter – estima que dois terços de seus 30 mil tuítes foram respostas a questões sobre a saúde de usuários.
Um exemplo recente, lembra ele, foi o de uma pessoa que não conseguia marcar uma consulta médica para desobstruir seus ouvidos.
"Eu o aconselhei a usar azeite como remédio. O azeite é antibactericida, antisséptico, e tem poucas contra-indicações".
Mas Jessen prefere ser cauteloso: ele sempre retuíta a pergunta original e se recusa a dar sua opinião médica com base em fotos que as pessoas lhe enviam.
Ele considera a Internet uma forma moderna e sucinta de ajudar as pessoas.
"Quando comecei a fazer isso (responder a usuários no Twitter), houve uma reação negativa da comunidade médica. Eles alegavam que eu não devia interagir com pessoas que eu nunca vi e tampouco dar recomendações médicas."
"Mas não é diferente de você estar em uma festa, quando você anuncia que você é médico. A primeira coisa que as pessoas fazem é contar a você todo o seu histórico médico e pedir um diagnóstico. É exatamente a mesma coisa."
Ele diz, no entanto, que embora a tecnologia possa agilizar a descoberta e o tratamento de doenças, nada substitui uma consulta anual com o médico de confiança.

Perigo

Um site respeitado, Clique HealthTalkOnline, foca nas histórias dos pacientes. A página é cuidadosamente pesquisa por acadêmicos.
Nela, as pessoas falam francamente sobre suas condições especiais.
Engenheiro de formação, o professor Stuart Jessup foi recrutado por meio do Twitter para participar da empreitada.
Ele percorre a Inglaterra para aumentar a conscientização das pessoas sobre a depressão.
A professora Sue Ziebland, da Universidade de Oxford, passou 15 anos examinando como os pacientes usam a Internet, incluindo pessoas com câncer.
Segundo ela, "um dos homens que entrevistamos deixou de frequentar a biblioteca pública perto de sua casa para buscar informações sobre grupos de apoio na Internet".
"Uma das primeiras coisas que ele achou foi a página de uma associação voltada para o tipo de câncer que ele tinha. Ali, ele descobriu que sua expectativa de vida dificilmente passaria de cinco anos."
"Ele ficou tão aterrorizado que desligou o computador imediatamente."
"Nesse caso específico, a informação era correta, mas talvez não deveria estar na página principal da associação."
Depois de por muito tempo ver a Internet como uma ameaça, Ziebland diz que os médicos passaram a discutir os diagnósticos com seus pacientes durante as consultas.
No entanto, médicos alertam para os perigos de diagnósticos imprecisos na rede.

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